Especialistas da ONU condenam prisões de advogados dos direitos humanos na China

por Lusa
Reuters

Especialistas das Nações Unidas expressaram hoje preocupação com a detenção de advogados dos direitos humanos na China, que estão incontactáveis desde dezembro passado.

Os advogados Ding Jiaxi, Zhang Zhongshun e Dai Zhenya foram detidos depois de terem participado numa reunião com outros advogados e ativistas, na cidade de Xiamen, sudeste do país, e o seu paradeiro é desconhecido, informou a ONU, em comunicado.

"Há paralelismo entre esta campanha recente e as tentativas anteriores de silenciar vozes dissidentes na China", afirmaram os especialistas, observando que nove outros participantes da reunião em Xiamen foram interrogados ou detidos temporariamente.

A ONU condenou também que o regime chinês mantenha os detidos incomunicáveis, sobretudo dissidentes políticos, sem informar familiares.

Estas prisões "não são consistentes com a lei internacional dos direitos humanos", lembraram os especialistas, incluindo o relator da ONU para a defesa dos direitos humanos, Michel Forst, e membros do Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados.

Em julho de 2015, o Governo chinês lançou uma ampla campanha para perseguir advogados de defesa dissidentes, que resultou na detenção de mais de 300 pessoas.

Desde então, vários advogados foram condenados à prisão por subversão do poder do Estado, acusação frequentemente usada pelo Governo chinês contra dissidentes e ativistas.

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