Esperados protestos políticos contra Trump na cerimónia dos Óscares -- imprensa

por Lusa

Los Angeles, Estados Unidos, 26 fev (Lusa) -- A presidente da Academy Awards disse à Sky News que apoia as estrelas de cinema que queiram fazer declarações políticas na cerimónia dos Óscares, que vai decorrer na madrugada de segunda-feira.

A maior noite para Hollywood deverá ser dominada pelo espetro da controversa presidência de Donald Trump.

As estrelas de cinema têm vindo a usar os eventos antes dos Óscares para prometer resistência à agenda do Presidente dos Estados Unidos.

E a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, disse à Sky News que não condena as estrelas que usem a plataforma dos Óscares para fazer as suas declarações políticas. "Uma das coisas pela qual estamos todos felizes é que temos liberdade de expressão", disse.

"Isso torna-o muito humano (...) porque ninguém sabe o nome que vai ser lido no envelope vermelho, por isso é muito espontâneo", acrescentou.

Cheryl Boone Isaacs declarou ainda esperar que os que vão subir esta noite ao palco ofereçam "45 segundos de algo verdadeiramente significativo e tocante".

A atriz Meryl Streep marcou o tom dos eventos de entrega de prémios deste ano ao condenar a atuação de Trump na cerimónia dos Golden Globes.

Donald Trump respondeu dizendo que ela estava sobrevalorizada.

Uma agência de talentos de Hollywood cancelou a sua tradicional festa pré-Óscares, promovendo em vez disso um evento a favor da unidade (`unity rally`) para angariar fundos para a American Civil Liberties Union.

Celebridades como Jodie Foster surgiram em palco, frente a uma multidão de cerca de 1.200 pessoas em Beverly Hills.

Mas alguns nomeados para os Óscares acreditam que é errado as estrelas do cinema fazerem declarações políticas.

O britânico-norte-americano Andrew Garfield, nomeado para melhor ator pelo papel em "Hacksaw Ridge", disse que "infelizmente a cultura das celebridades chegou ao ponto em que a sua voz é mais significativa do que a de outras pessoas em alguns aspetos".

"Isso é uma vergonha e não devia ser o caso. Não sou grande fã de um estado cultural em que todos estamos incluídos", disse.

Os Óscares já testemunharam protestos políticos antes. Em 1973, Marlon Brando boicotou o seu prémio no filme "O Padrinho" por causa do tratamento dado por Hollywood aos americanos nativos.

O realizador Michael Moore foi vaiado em palco em 2003 por criticar o então Presidente George W Bush.

O debate sobre a política e Donald Trump substituiu a controvérsia sobre a diversidade nos Óscares, a qual vinha a dominar as discussões nos últimos anos.

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