Estados Unidos com primeiro caso de vírus originário da China

por RTP
Ahmad Yusni - EPA

As autoridades norte-americanas confirmaram, esta terça-feira, o primeiro caso diagnosticado com coronavírus. Em Portugal, a Direção-Geral de Saúde (DGS) diz estar a acompanhar a situação e sublinha a informação disponibilizada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, que considera que "existe baixa probabilidade de importação de casos nos países da União Europeia/Espaço Económico Europeu".

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA diagnosticou o primeiro caso do novo tipo de pneumonia viral com origem na China. Terá sido diagnosticado em Seattle, num cidadão norte-americano que regressou recentemente de uma viagem à cidade chinesa Wuhan, onde a epidemia terá começado.

O homem chegou ao aeroporto de Seattle a 15 de janeiro num voo direto de Wuhan. Não apresentava qualquer tipo de sintomas à chegada, mas quatro dias depois dirigiu-se aos serviços de saúde com sintomas de pneumonia.

Na tarde de segunda-feira, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA confirmou que se tratava de um caso do coronavírus. Segunda avança a CNN, o homem já foi colocado em quarentena.

As autoridades norte-americanas estão já a formalizar uma lista de pessoas com quem o doente terá contactado desde que regressou aos Estados Unidos. Os EUA já tinham começado a monitorizar passageiros que chegam do centro da China em três aeroportos. Esta terça-feira, as autoridades norte-americanas anunciaram que vão também começar a controlar os passageiros que chegam de Wuhan.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), existe, até ao momento, registo de 295 casos de infeção pelo novo tipo de coronavírus. A maioria (270) foi registada em Wuhan.

O vírus também já viajou para além das fronteiras da China. Na Tailândia, há registo de dois casos relacionados com o coronavírus. No Japão e na Coreia do Sul também já foi diagnosticado, pelo menos, um caso.

A OMS alerta para a probabilidade de o coronavírus se propagar por vários países nos próximos dias. DGS está a acompanhar a situação
Num comunicado divulgado esta terça-feira, a Direção-Geral de Saúde (DGS) diz estar a acompanhar a situação e que “o surto continua em investigação para melhor caracterização da situação”.

Segundo o comunicado, o ECDC “considera que existe baixa probabilidade de importação de casos nos países da União Europeia/Espaço Económico Europeu (UE/EEE)”.

Na passada segunda-feira, foi confirmada a transmissão entre humanos do novo vírus originário da China. Perante esta evolução do vírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou para a próxima quarta-feira uma reunião de emergência para avaliar se o surto de coronavírus na China constitui uma emergência de saúde pública internacional e quais as medidas necessárias a serem tomadas.

Relativamente à origem do vírus, a OMS apontou para a possibilidade de a principal fonte se tratar de uma fonte animal.

No comunicado, a DGS confirma que “a maioria dos casos está epidemiologicamente associada a um mercado específico de alimentos e animais vivos (peixe, mariscos e aves) em Wuhan, que foi limpo e encerrado ao público a 1 de janeiro de 2020”.

A Direção-Geral de Saúde deixa algumas recomendações para quem tem viagens planeadas com destino à China, nomeadamente evitar contato próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias aguda, lavar frequentemente as mãos e evitar contacto com os animais.

O vírus originário da China foi identificado como um novo tipo de coronavírus – um grupo de vírus conhecido por causar doenças que podem ir da constipação à pneumonia atípica.

Este novo tipo de pneumonia viral foi comparado, devido às suas semelhanças, à epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que provocou a morte de 774 pessoas em todo o mundo entre 2001 e 2002.
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