Estados Unidos dispostos a avançar com ação militar contra a Coreia do Norte

por Inês Geraldo - RTP
Lucas Jackson - Reuters

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, pediu à comunidade internacional que pressione a Coreia do Norte na questão nuclear, avisando que a falta de ação contra o regime de Pyongyang pode ter consequências catastróficas às quais os Estados Unidos dizem estar dispostos a responder militarmente.

Tillerson falou numa reunião nas Nações Unidas , convocada para abordar os recentes conflitos com a Coreia do Norte. O secretário de Estado norte-americano disse que é preciso tomar ações e que quem não se envolver na questão poderá sofrer consequências.

“Todas as opções para responder a futuras provocações têm de estar em cima da mesa”, disse Tillerson que afirmou querer resolver a questão de forma diplomática. Mas deixou claro que, caso não haja outra solução, os Estados Unidos estarão dispostos a atacar militarmente a Coreia do Norte.

“Preferimos uma solução negociada para este problema”, vaticinou Tillerson que ressalvou não querer a mudança de regime nem desestabilizar a região.

A diplomacia entre os dois países há muito que não existe, com os Estados Unidos a considerarem que esse se tornaria num passo vitorioso para Pyongyang. Mike Pence também afastou essa solução há menos de duas semanas.

Rex Tillerson pediu urgentemente a várias nações que apliquem sanções ao regime de Pyongyang, que cortem relações diplomáticas com o país e que não financiem países e figuras que apoiam a Coreia do Norte.

Foto: Lucas Jakcson - Reuters

“Os Estados Unidos preferem que os países e pessoas em questão admitam os seus erros e lapsos e que corrijam o seu comportamento. Não vamos hesitar em sancionar países e indivíduos que sejam um suporte para as atividades ilegais da Coreia do Norte”, afirmou o chefe da diplomacia norte-americana.
China no ‘olho do furacão’
Um dos pedidos de Rex Tillerson prende-se com o corte de relações diplomáticas comerciais que alguns países mantêm com a Coreia do Norte. A China é um caso único, já que 90 por cento das trocas comerciais dos norte-coreanos são feitas com os chineses.

O secretário de Estado norte-americano apelou ao isolamento da Coreia do Norte, para o qual o papel da China seria crucial. Tillerson avisou que relações diplomáticas e de outro carácter com a Coreia do Norte nesta altura são inaceitáveis.

E prometeu que, caso a China não se distancie de Pyongyang, serão os Estados Unidos a fazê-lo. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros revelou já ao homólogo russo que a situação na região da península coreana está a tornar-se insustentável e a “ficar fora de controlo”.

Após as declarações de Tillerson, a China avisou que ficou desagradada com o tom imposto pelos Estados Unidos.

“Se esta reunião apenas se concentra em impor mais sanções então trata-se de uma oportunidade perdida. Esta reunião pode agravar a situação quando se está a tentar implementar paz e diálogo”, declarou Geng Shuang, porta-voz chinês.
Rússia desaprova ação militar norte-americana
Gennady Gatilov, vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, apelidou a retórica americana de “absolutamente inaceitável”.


Foto: Lucas Jackson - Reuters

“Uma retórica combativa aliada a uma mão de ferro imprudente conduziu a uma situação em que o mundo se questiona se haverá guerra ou não. Um pensamento doente ou um passo mal interpretado pode levar às mais gravosas consequências”, disse Gatilov.

O ministro russo explicou que a Coreia do Norte tem agido de forma a atuar contra a junção militar entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos e disse que tanto russos como chineses repudiam o envio de material militar para territórios sul coreanos.
pub