Os Estados Unidos autorizaram o destacamento de mil militares para o Médio Oriente, como resultado do que afirmam ser um “comportamento hostil” por parte do Irão. O alegado ataque de Teerão a dois navios petroleiros na passada semana intensificou as tensões já existentes entre os dois países.
O aumento do número de soldados dá-se pouco depois da divulgação, pelo Presidente Trump, do destacamento de outros 1500 soldados, em maio.
Como causa, o secretário de Defesa, Patrick Shanahan, aponta o "comportamento hostil das forças iranianas e dos seus grupos de "procuradores". E acrescentou que "os EUA não pretendem um conflito com o Irão", mas querem "garantir a segurança e bem-estar dos funcionários militares que trabalham em toda a região para proteger os interesses nacionais”.
Mike Pompeo, secretário de Estado, assegurou também que os EUA não pretendiam iniciar uma guerra com o Irão, mas que estavam "a considerar um grande leque de opções". Pompeo deverá encontrar-se esta terça-feira com o comandante responsável pelo Médio Oriente, no Comando Central na Florida.
O Presidente iraniano, Hassan Rouhani, replicou que o Irão não tem qualquer desejo de envolver-se num conflito. "O Irão não se envolverá numa guerra contra nenhuma nação. Os que nos enfrentam são um grupo de políticos com pouca experiência". E acrescentou: "Apesar de todos os esforços dos norte-americanos na região e do seu desejo de cortar as nossas relações com todo o mundo e de isolar o Irão, têm sido mal-sucedidos".
Alegado ataque a navios petroleiros e "chantagem nuclear"
Na semana passada, Washington acusou o Irão de atacar dois navios petroleiros no Golfo de Omã. Os navios eram noruegueses e japoneses, respetivamente, e transportavam produtos petroquímicos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos para Singapura e Taiwan.
Seguidamente, os EUA divulgaram um vídeo que alegadamente mostra as forças especiais iranianas a retirar uma mina que não tinha explodido no navio japonês. Embora as gravações sejam inconclusivas, o Pentágono acusa o Irão de ser responsável pelo incidente. Esta segunda-feira, os norte-americanos apresentaram novas imagens para fortalecer a sua argumentação.
Seguidamente, os EUA divulgaram um vídeo que alegadamente mostra as forças especiais iranianas a retirar uma mina que não tinha explodido no navio japonês. Embora as gravações sejam inconclusivas, o Pentágono acusa o Irão de ser responsável pelo incidente. Esta segunda-feira, os norte-americanos apresentaram novas imagens para fortalecer a sua argumentação.
"O Irão é responsável pelo ataque, com base em provas de vídeo e os recursos e a competência necessária para remover rapidamente a mina que não explodiu", disse Pompeo.
Teerão nega o envolvimento no caso e critica as acusações por parte dos EUA, que acredita serem "infundadas".
Porém, os aliados dos Estados Unidos parecem duvidar do envolvimento do Irão, pedindo mais provas. Foi o caso do Japão, que argumenta não existirem "provas definitivas".
Outros criticam a acelerada atitude da Administração Trump, acusando-o de fabricar uma crise. Nancy Pelosi, Presidente da Câmara dos Representantes, sublinha que esta decisão "pode exacerbar a situação com o Irão e levar a sérios riscos de enganos". Acrescenta que "a diplomacia é necessária para dispersar tensões".
Pouco depois dos ataques ocorridos, o Irão anunciou na segunda-feira que quadruplicará a quantidade de urânio que possui. Violará, assim, os limites impostos pelo Plano de Ação Conjunto Global (PACG), o acordo negociado por Barack Obama. O pacto estabelecia um limite de 300 quilos, que o Irão promete ultrapassar em apenas dez dias.
Trata-se de uma "chantagem nuclear", segundo um porta-voz da Casa Branca.
Tensões sobre o urânio
A tensão entre os dois países não é recente. De facto, em 2015, o Irão assinou o Plano de Ação Conjunta Global para limitar a quantidade de urânio que possuía, visto que o químico em questão é utilizado para desenvolver armas nucleares. Em troca, algumas das sanções contra o país seriam canceladas.
Contudo, Trump abandonou o acordo em 2018, e impôs novamente sanções ao Irão. A economia iraniana, que depende consideravelmente do petróleo, sofreu as consequências do ato e reagiu, superando os limites de urânio estabelecidos no acordo.
Por outro lado, os Estados Unidos são o principal aliado da Arábia Saudita, a potência rival do Irão, e contra quem enfrenta algumas guerras por procuração.
Teerão nega o envolvimento no caso e critica as acusações por parte dos EUA, que acredita serem "infundadas".
Porém, os aliados dos Estados Unidos parecem duvidar do envolvimento do Irão, pedindo mais provas. Foi o caso do Japão, que argumenta não existirem "provas definitivas".
Outros criticam a acelerada atitude da Administração Trump, acusando-o de fabricar uma crise. Nancy Pelosi, Presidente da Câmara dos Representantes, sublinha que esta decisão "pode exacerbar a situação com o Irão e levar a sérios riscos de enganos". Acrescenta que "a diplomacia é necessária para dispersar tensões".
Pouco depois dos ataques ocorridos, o Irão anunciou na segunda-feira que quadruplicará a quantidade de urânio que possui. Violará, assim, os limites impostos pelo Plano de Ação Conjunto Global (PACG), o acordo negociado por Barack Obama. O pacto estabelecia um limite de 300 quilos, que o Irão promete ultrapassar em apenas dez dias.
Trata-se de uma "chantagem nuclear", segundo um porta-voz da Casa Branca.
Tensões sobre o urânio
A tensão entre os dois países não é recente. De facto, em 2015, o Irão assinou o Plano de Ação Conjunta Global para limitar a quantidade de urânio que possuía, visto que o químico em questão é utilizado para desenvolver armas nucleares. Em troca, algumas das sanções contra o país seriam canceladas.
Contudo, Trump abandonou o acordo em 2018, e impôs novamente sanções ao Irão. A economia iraniana, que depende consideravelmente do petróleo, sofreu as consequências do ato e reagiu, superando os limites de urânio estabelecidos no acordo.
Por outro lado, os Estados Unidos são o principal aliado da Arábia Saudita, a potência rival do Irão, e contra quem enfrenta algumas guerras por procuração.