Estados Unidos impõem sanções sobre oligarcas russos

por Inês Geraldo - RTP
Steve Mnuchin explicou a razão das sanções a oligarcas russos Reuters

A administração norte-americana impôs esta sexta-feira sanções a vários empresários, empresas e oficiais associados a Vladimir Putin. Esta é uma das maiores movimentações de Washington para castigar Moscovo, alegando um “espectro maligno”, em que se inclui uma alegada intromissão russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016.

A ação foi tomada perante a pressão do congresso norte-americano. Impõe sanções e congela os negócios com oligarcas do alumínio e ouro, como é o caso de Oleg Deripaska e Suleiman Kerimov.

Foram castigados, no total, sete oligarcas, 12 empresas controladas por russos e mais 17 oficiais governamentais.

Steve Mnuchin, secretário do Tesouro, falou em comunicado sobre a decisão. “O governo russo opera para o benefício desproporcionado de oligarcas e elites governamentais”.

Mnuchin explicou que Moscovo está “envolvido num espectro de atividade maligna por todo o globo, em que se inclui a continuação da ocupação da Crimeia, a instigação à violência no leste ucraniano, municiamento do regime de Assad com material e armas enquanto os civis sírios são atacados, e a tentativa de subverter democracias do ocidente e atividades cibernéticas maliciosas”.

Konstantin Kosachev, representante de assuntos internacionais do parlamento russo, declarou que as sanções norte-americanas não têm qualquer base e são pouco amigáveis. É declarado que as imposições americanas podem prejudicar a economia russa, especialmente nos setores financeiro e energético.

O executivo russo anunciou que vai apoiar as empresas estatais que estão na lista americana de sanções.

As movimentações americanas devem-se à alegada interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, em que Donald Trump foi eleito.
Pouca ação sobre a Rússia
Desde que foi para a Casa Branca que uma das maiores críticas a Donald Trump prende-se com a pouca ação da administração norte-americana em agir contra a Rússia. A situação na Crimeia e a ação russa na guerra civil da Síria têm sido severamente criticadas e até os republicanos repreendem Trump por pouco fazer nessas matérias.

O presidente tem sentido muita pressão por parte de Washington para sancionar a Rússia mas os últimos tempos têm sido de disputas entre os dois países. O caso Skripal, um antigo espião que foi envenenado em Salisbury, no sul de Inglaterra, deu origem a uma crise diplomática.

Para além da ação de várias nações europeias, os Estados Unidos deram ordem de expulsão a 48 diplomatas e a 12 funcionários russos das Nações Unidas. O consulado russo em Seattle foi encerrado.

Em fevereiro, a Casa Branca imputou responsabilidades aos russos por um dos ataques informáticos mais destrutivos e caros alguma vez conhecidos.

(c/ Reuters)
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