Quem foi infetado com SARS-CoV-2 deverá estar livre nos seis meses seguintes de contrair de novo o coronavírus responsável pela Covid-19. É a conclusão de um estudo britânico, que acompanhou 12.180 membros do pessoal de saúde das Universidades de Oxford, que tem estado na linha da frente no combate à pandemia, ao longo de 30 semanas, entre abril e novembro deste ano.
Mike Ryan, responsável na Organização Mundial de Saúde para as pandemias, também saudou a revelação do estudo. "Estamos a ver respostas imunitárias sustentadas entre as populações humanas, até agora", comentou. "Também nos dá esperança quanto à vacina".
Maria van Kerkhove, que lidera tecnicamente na OMS o combate ao coronavírus, referiu que "ainda teremos de seguir estas pessoas por um período longo de tempo para ver quanto tempo dura a sua imunidade".
O estudo parece contrariar em larga escala algumas ocorrências isoladas de reinfeção com SARS-CoV-2 já registadas e que faziam admitir a possibilidade de que a imunidade ao coronavírus fosse de curta duração e que pacientes recuperados poderiam adoecer de novo em pouco tempo.
Os casos de reinfeção deverão permanecer uma possibilidade mas rara, indica o estudo.
Durante a investigação, 89 das 11.052 pessoas sem anti-corpos estudadas, desenvolveram uma nova infeção sem sintomas, algo que não ocorreu com nenhuma das 1.246 com anti-corpos analisadas. Estes funcionários também se mostraram menos suscetíveis a testar positivo à Covid-19 sem sintomas, com 76 sem anti-corpos a testar positivo comparativamente a apenas três entre os que já tinham imunidade. Mesmo estes três estão todos bem e não tiveram sintomas, refeririam os investigadores.
O estudo continua.