Os Estados Unidos da América pediram esta quarta-feira a todos os “funcionários do governo não essenciais” que abandonassem o Iraque. A declaração surge numa altura em que se intensificam as tensões entre os EUA e o Irão. Os militares norte-americanos alertam para ataques “iminentes” do Irão.
Em comunicado citado pelo Jerusalem Post, o Departamento de Estado dos EUA apelou a que os funcionários “evitem instalações dos EUA no Iraque” e a Embaixada dos EUA em Bagdá aconselhou esses funcionários a partirem do Iraque por transporte comercial "o mais rápido possível”.
@StateDept has ordered the departure of non-emergency USG employees from Iraq, both at the Embassy in Baghdad and Consulate in Erbil. Additional information on this alert can be found on the U.S. Embassy website at U.S. Citizen Services. https://t.co/iX96dAkyhT
— U.S. Embassy Baghdad (@USEmbBaghdad) 15 de maio de 2019
A declaração surgiu após o Comando Central dos EUA (CENTCOM) alertar, na terça-feira, para o nível de ameaça elevado, tanto no Iraque como na Síria. Divulgou na altura um comunicado, dizendo que as tropas norte-americanas destacadas no Iraque se encontravam em alerta contra um possível ataque “iminente” do Irão e dos seus representantes.
“O Comando Central dos EUA, em coordenação com a Operação Resolução Inerente [OIR na sigla em inglês], aumentou o nível de alerta para todos os membros do serviço atribuídos ao OIR no Iraque e na Síria”, diz o comunicado. “Como resultado, a OIR está agora num nível de alerta elevado, enquanto continuamos a monitorizar de perto as ameaças credíveis e possivelmente iminentes às tropas dos EUA no Iraque.”
Já no domingo passado, a Embaixada norte-americana aconselhou os americanos a não viajarem para o Iraque, alertando para “tensões intensificadas”. Entretanto, os militares dos EUA mobilizaram forças, incluindo um porta-aviões e bombardeiros B-52, para o Médio Oriente.
UE em alerta com evacuação dos EUA
As tensões entre o Irão e os Estados Unidos aumentaram na semana passada, após relatórios referindo que Teerão e alguns dos seus representantes podiam estar a preparar um ataque às tropas ou aliados norte-americanos no Médio Oriente.
Os EUA aprovaram a instalação de uma esquadrilha de bombardeiros B-52, uma bateria de defesa antimísseis, uma doca de transporte anfíbia e um grupo de ataque de porta-aviões para a região do CENTCOM.
Além disso, aplicou novas sanções às exportações de petróleo do Irão, depois de cancelar o importante acordo nuclear envolvendo o Irão e as principais potências mundiais, que limitou o programa de armas atómicas da República Islâmica, em troca do alívio das sanções.
O ministro da Defesa do Irão, Amir Hatami, foi citado pela Agência de Notícias da República Islâmica (IRNA) dizendo que Teerão "derrotará a frente sionista americana", mas que outras autoridades iranianas minimizaram os recentes movimentos militares dos EUA.
O Ministério da Defesa da Alemanha anunciou também esta quarta-feira que está a suspender as operações de treino militar no Iraque. A Holanda, por sua vez, seguiu a Alemanha e decidiu suspender a sua missão, que prestou assistência às autoridades iraquianas num contexto de ameaça de segurança.
O Ministério da Defesa holandês confirmou à comunicação social a suspensão da missão. O porta-voz do Ministério disse à agência ANP que a retirada das tropas holandesas da área “não está em discussão de momento”.
A evacuação dos funcionários dos EUA alarmou alguns políticos da União Europeia, que expressaram preocupação com a possibilidade de Washington entrar em guerra com o Teerão.