EUA anunciam cimeira sobre Irão e Médio Oriente

por RTP
Um aspeto da segurança em torno da visita do secretário de estado dos EUA, Mike Pompeo, ao Bharain, a 11 de janeiro de 2019 Reuters

O Departamento de Estado dos Estados Unidos revelou em comunicado que Washington está a planear uma cimeira global dentro de um mês, focada no Médio Oriente e especialmente no Irão. A reunião terá lugar entre 13 e 14 de fevereiro em Varsóvia, na Polónia.

Em entrevista à Fox News, esta sexta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que a cimeira irá "focar-se na estabilidade do Médio Oriente e na paz, liberdade e segurança nesta região, o que inclui o importante elemento de garantir que o Irão não seja uma influência desestabilizadora".

Pompeo acrescentou que o encontro "irá reunir dezenas de países do mundo inteiro, desde a Ásia, à Africa, países do Hemisfério Ocidental, também da Europa e, claro, o Médio Oriente".

Nem o secretário de Estado nem o Departamento de Estado clarificaram que nações irão participar. O comunicado oficial menciona somente a existência de grande interesse comum na estabilidade do Médio Oriente.

"A reunião ministerial irá abordar um conjunto de questões críticas, incluindo o terrorismo e o extremismo, o desenvolvimento de mísseis e sua proliferação, o comércio marítimo e a segurança, além de ameaças colocadas por grupos que agem por procuração espalhados por toda a região", refere o texto.

Mike Pompeo está numa visita de oito dias a vários países do Médio Oriente, num esforço para garantir apoio na região numa série de frentes, desde a retirada das tropas norte-americanas na Síria ao desagrado provocado pela execução a mando da Arábia Saudita do jornalista Jam Khashoggi.

O secretário de Estado norte-americano afirmou, durante o seu périplo na região, que Washington está a "redobrar" os seus esforços para pressionar o Irão. Quer ainda assegurar aos seus aliados do Médio Oriente que se mantém na linha da frente do combate ao grupo Estado Islâmico, apesar da decisão do Presidente Donald Trump de retirar as tropas americanas estacionadas na Síria, anunciada em dezembro último.
Equilíbrios
A retirada americana da Síria tem estado a causar problemas entre os Estados Unidos e a Turquia, com Ancara a mostrar-se desafiante e contrária à proteção das milícias sírio-curdas YPG exigida por Washington.

Os próprios sírio-curdos, perante a retirada dos seus aliados norte-americanos, começaram a movimentar-se, já esta sexta-feira e com apoio russo, no sentido de um acordo com o Governo sírio do Presidente Bashar al-Assad, que volte a garantir a sua autonomia parcial enquanto cidadãos sírios e que possa evitar um confronto armado com o exército turco.

A retirada dos Estados Unidos terá começado igualmente esta sexta-feira, apesar de, até agora, se tratar apenas de equipamento e não de tropas, conforme esclareceram, à Agência Reuters, fontes do Pentágono, sob anonimato. Testemunhas do lado iraquiano, vizinhas das áreas controladas pelos Estados Unidos, afirmam contudo não terem visto qualquer movimentação do contingente americano.

Apesar do braço de ferro com a Turquia, a diplomacia da Administração Trump está a centrar-se no cerco ao Irão. Trump retirou o seu país do acordo nuclear iraniano de 2015 e reimpôs sanções a Teerão. Os restantes signatários, China, França, Alemanha, Rússia e o Reino Unido, têm tentado manter o acordo de pé mas, numa mudança no início desta semana, a União Europeia voltou a impor algumas sanções.

Mike Pompeo referiu a Fox News que a cimeira de fevereiro irá incluir representantes de países do mundo inteiro para analisar a influência regional iraniana.
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