EUA apelam à Coreia do Norte que retome negociações nucleares

por RTP
O enviado especial reuniu-se com o vice-ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros, Cho Sei-young Ed Jones - Reuters

O enviado especial dos Estados Unidos à Coreia do Norte pediu a Pyongyang para retomar as negociações sobre desnuclearização. "Está na altura de fazermos o nosso trabalho. Vamos tratar disto. Nós estamos aqui e vocês sabem como chegar a nós", afirmou Stephen Biegun durante uma conferência de imprensa na Coreia do Sul esta segunda-feira.

O enviado especial reuniu-se com o vice-ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros, Cho Sei-young, e com o Presidente Moon Jae-in numa tentativa de salvar as negociações que estão paradas desde fevereiro, quando Donald Trump e Kim Jong-un falharam em alcançar um acordo.

Na altura, o Presidente da Coreia do Norte insistiu que as sanções norte-americanas ao seu país fossem levantadas, algo que Trump recusou. Desde então, a tensão entre os dois países tem continuado a aumentar e Kim Jong Un já ameaçou romper definitivamente com as negociações.

Apesar de, em fevereiro, o Presidente norte-coreano ter estabelecido o prazo de um ano para concluir as conversas negociais, Stephen Biegun explicou esta segunda-feira que essa data de validade não existe e sublinhou que os dois países devem procurar alcançar “acordos equilibrados”.

O enviado especial disse esperar que a época natalícia “inaugure uma altura de paz”. Por outro lado, no início de dezembro Pyongyang tinha alertado os Estados Unidos que podiam preparar-se para uma “prenda de Natal” caso não colaborassem em relação ao levantamento das sanções.

Stephen Biegun considerou as insinuações da Coreia do Norte “hostis, negativas e totalmente desnecessárias”, acrescentando que os Estados Unidos “possuem um objetivo, não um prazo”.
Coreia do Norte retomou testes com mísseis
Os EUA exigem que a Coreia do Norte renuncie a todo o seu arsenal atómico, mas Pyongyang já alertou que, se os Estados Unidos não fizerem uma proposta aceitável, encontrará “uma forma alternativa”, sugerindo um possível recomeço dos testes com mísseis.

Ainda no início de dezembro o país disse ter levado a cabo “um teste muito importante” num local de lançamento de mísseis de longo alcance. Menos de uma semana depois, um segundo teste foi anunciado.

Biegun mencionou esses testes esta segunda-feira, avisando que qualquer provocação por parte da Coreia do Norte nos próximos dias seria “prejudicial ao processo de alcançar paz duradoura na Península Coreana”.

“Mas não tem de ser dessa forma. Ainda não é tarde”, defendeu o enviado especial.
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