As autoridades norte-americanas apresaram, pela primeira vez, quatro petroleiros iranianos que transportavam gasolina para a Venezuela, noticiou o diário The Wall Street Journal (WSJ).
A medida contra os navios foi aplicada sem uso da força, indicou o WSJ, citando um responsável, que pediu o anonimato.
A confiscação dos petroleiros aconteceu depois de, no ano passado, os Estados Unidos terem recorrido, sem sucesso, a acordos judiciais para obter o controlo sobre o navio-tanque iraniano Grace 1, capturado em Gibraltar.
Na semana passada, um juiz federal, em Washington, considerou que os procuradores federais tinham apresentado provas suficientes de que o Grace 1 e o combustível eram ativos de uma organização terrorista.
Segundo o jornal, dois dos barcos agora confiscados, o Bering e o Bella, navegavam por águas de Cabo Verde quando foi apresentada a denúncia, pedindo o apresamento.
Por outro lado, o Luna e o Pandi teriam enviado, por última vez, um sinal de rádio, a partir de águas de Omã, há um mês.
Washington afirmou que um empresário iraniano, alegadamente membro dos Guardas da Revolução, considerados terroristas pelas autoridades norte-americanas, organizou entregas de combustível através de uma rede de empresas fantasmas para evitar que fossem descobertas e assim fugir às sanções em vigor, acrescentou o WSJ.
Em maio de 2019, as autoridades norte-americanas confiscaram um barco de Coreia do Norte, que afirmaram ter sido usado para transportar carvão, numa violação das sanções norte-americanas e internacionais ao país.
A medida contra os navios é a última de uma série de ações para pressionar Teerão e Caracas, na sequência de sanções económicas impostas por Washington.
Combustível escasseia na Venezuela
Entretanto, Washington aplicou sanções aos capitães dos barcos Clavel, Petunia, Fortuna, Bosque e Faxon, que transportaram esse combustível.
Nos últimos dias ocorreram protestos em várias localidades venezuelanas, devido à falta de combustível.
A imprensa venezuelana noticiou que os barcos agora confiscados vão ficar bloqueados em território norte-americano e impedidos de navegar em águas dos Estados Unidos.