EUA. General Motors com 50.000 trabalhadores em greve

por RTP
Rebecca Cook, Reuters

Pelo terceiro dia consecutivo, estão em greve cerca de 50.000 membros da United Auto Workers, o sindicato da indústria automóvel. Em causa estão o fecho de várias fábricas, os cortes salariais e os contratos temporários. Apesar das ameaças de retaliação da multinacional, os grevistas não estão dispostos a fazer concessões.

A greve da United Auto Workers (UAW) contra a General Motors (GM) prolonga-se pelo terceiro dia, e os piquetes de greve permanecem em todas as fábricas da multinacional com sede em Detroit.

Segundo o relato da plataforma digital Jacobin, a GM respondeu ontem retirando a cobertura de saúde dos grevistas e, esta manhã, ameaçando mandar prender os membros de piquetes presentes na fábrica da cidade de Flint, no Estado de Michigan.

Os funcionários da GM ganham 15 dólares à hora, têm direito a três dias de folga por ano e podem ser demitidos a qualquer momento. Agora reclamam melhores condições de trabalho.

Além disso, não acumulam antiguidade, o que significa que recebem os trabalhos e turnos mais difíceis. A GM tem mais de três mil funcionários “temporários” e quinze mil trabalhadores "em progressão".

Com esta greve, a GM está a perder cerca de 50 milhões de dólares por dia, e os piquetes recusam-se a sair, criando uma forte pressão para se assinar um contrato.

O contrato que acabou de expirar tinha uma cláusula de “não encerramento de fábrica”, mas três das cinco fábricas norte-americanas da GM, marcadas como tendo um produto “não alocado”, foram encerradas.

A fábrica de Detroit-Hamtramck deverá fechar em janeiro. Durante meses, quando os comerciantes precisavam de substituir uma peça nesta fábrica encontravam o armazém vazio, tendo de fazer o pedido da peça e de levantá-la na fábrica de Flint, a mais de uma hora de distância.

Os grevistas afirmam que se consideram reféns da GM, e acreditam que a multinacional mantenha a fábrica aberta em troca de algumas concessões.

No entanto, muitos trabalhadores opõem-se a quaisquer concessões, e reclamam o fim da desigualdade de remuneração e benefícios que a externalização trouxe. Além disso, pedem que os trabalhadores temporários se tornem permanentes.

Em oposição, porta-vozes da GM sustentam que não há motivo para a greve, embora não se tenham pronunciado sobre a questão dos salários e dos benefícios diferenciados, e tenham contornado a questão da segurança no emprego.
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