Ex-guerrilheiro das FARC detido no México

por Lusa
Rodrigo Granda foi detido na Cidade do México, segundo o testemunho de camaradas de partido D.R.-Twitter

A ex-guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) denunciou a detenção no México de um dos dirigentes do movimento, na sequência de um alegado pedido de Bogotá à Interpol.

Até agora, a detenção ainda não foi confirmada oficialmente e o Governo colombiano não comentou as declarações da ex-FARC, atualmente partido político.

Rodrigo Granda, conhecido como principal diplomata das ex-FARC, foi detido na Cidade do México, com base num alegado "aviso vermelho" da Interpol pedido pelo Governo colombiano, disseram os deputados Carlos Lozada e Pablo Catatumbo, líderes do partido político Comunes, criado depois do acordo de paz entre o Governo colombiano e as FARC, em 2016.

"Detiveram Rodrigo Granda na Cidade do México", escreveu Lozada, na rede social Twitter, denunciando "uma clara violação" do acordo de paz que pôs fim a mais de meio século de guerra entre as forças colombianas e a ex-guerrilha marxista.

À comunicação social colombiana, Lozada acrescentou que Granda "viajava acompanhado por Rodrigo Londono, presidente do partido, e outros camaradas de uma delegação", sob autorização do Tribunal Especial para a Paz (JEP), instituição colombiana que emergiu do acordo de paz e que está a investigar crimes cometidos durante o conflito.

Também no Twitter, o partido Comunes acusou o presidente colombiano, Ivan Duque, de ter pedido "à Interpol para reativar o aviso vermelho contra Rodrigo Granda, líder do partido Comunes e signatário do acordo de paz".

Rodrigo Granda foi um dos negociadores da paz em Havana, um processo que começou em 2012 e conduziu ao acordo de paz histórico de 2016, seguido do desarmamento das FARC.

O incidente ocorre pouco mais de um mês antes do quinto aniversário do acordo assinado, na altura, entre as FARC e o antigo presidente colombiano Juan Manuel Santos, que recebeu o prémio Nobel da Paz em 2016.

Nos últimos meses, a Colômbia tem registado um aumento da violência em várias zonas do país, onde estão ativos numerosos grupos armados, incluindo dissidentes das FARC, que rejeitam o acordo de 2016 e voltaram a pegar em armas.

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