Ex-presidente do Sri Lanka em fuga chega à Tailândia

por Lusa
Gotabaya Rajapaksa está na Tailândia D.R.

O ex-presidente do Sri Lanka Gotabaya Rajapaksa chegou à capital tailandesa, Banguecoque, vindo de Singapura, para onde tinha fugido das manifestações que nos últimos meses agitaram a ilha, afetada por graves problemas económicos.

Rajapaksa aterrou, num avião particular, no Aeroporto Internacional Don Mueang, deixando a secção VIP do aeroporto cerca de 40 minutos depois, com a mulher, disse um alto funcionário tailandês, citado pela imprensa local.

Como portador de passaporte diplomático do Sri Lanka, o ex-Presidente pode entrar na Tailândia sem visto por um período de 90 dias (...). A estadia será temporária para continuar viagem. Não foi pedido asilo político", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros tailandês, num comunicado.

Há quatro meses que manifestantes saem às ruas do Sri Lanka em protesto contra a escassez de bens essenciais, protestos que culminaram na invasão da residência e gabinete oficial de Rajapaksa no princípio de julho, que precipitou a fuga do ex-presidente.

Rajapaksa fugiu do Sri Lanka em 9 de julho e, depois de uma escala nas Maldivas, chegou a Singapura em 14 de julho, de onde apresentou a demissão. O visto de 14 dias foi prorrogado uma vez pelas autoridades locais, até 11 de agosto.

"Ele pediu uma nova prorrogação, mas não obteve resposta na manhã de quarta-feira", disse um amigo próximo do ex-chefe de Estado cingalês à agência de notícias France-Presse a partir da capital do Sri Lanka, Colombo.

O plano de Rajapaksa será regressar a Singapura após uma curta estadia na Tailândia, segundo a mesma fonte.

Em julho, um grupo de direitos humanos apresentou uma queixa criminal ao procurador-geral de Singapura, com um pedido de detenção para Rajapaksa por alegados crimes de guerra durante a guerra civil do Sri Lanka.

O ex-presidente era ministro da Defesa durante o conflito, que terminou em 2009.

O governo do sucessor de Rajapaksa, Ranil Wickremesinghe, apresentou na quarta-feira ao parlamento uma proposta de emenda constitucional que limitaria os poderes da Presidência, em resposta às exigências dos manifestantes.

O Sri Lanka está neste momento a enfrentar a pior crise económica de sempre, mergulhado numa profunda dívida e sem conseguir importar bens essenciais, como medicamentos, combustível, alimentos e gás.

Em resposta, a nação insular retomou na semana passada as negociações com o Fundo Monetário Internacional para receber um empréstimo destinado a enfrentar a crise.
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