Ex-primeiro-ministro paquistanês condenado a dez anos de prisão por lavagem de dinheiro

por RTP
Faisal Mahmood - Reuters

O ex-primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, foi esta sexta-feira condenado a dez anos de prisão por corrupção e terá de pagar uma multa de cerca de nove milhões de euros. Em causa está a compra de apartamentos de luxo em Londres por parte da família de Sharif. A acusação chega a menos de um mês das eleições gerais.

O tribunal do National Accountability Bureau (NAB) paquistanês, gabinete de combate à corrupção, acusa Sharif e a família de lavagem de dinheiro e de não serem capazes de provar de forma legítima a origem do capital utilizado na compra dos apartamentos, principalmente durante a década de 1990.

Caso o líder da Liga Muçulmana do Paquistão (LMP-N) seja dado como culpado, será o fim de uma carreira política de quase quatro décadas. Sharif, de 68 anos, já foi primeiro-ministro por três vezes.

A filha de Sharif, Maryam, foi condenada a sete anos de prisão e o seu marido, Muhammad Safdar, que é também legislador do LMP-N, poderá enfrentar um ano na cadeia. Estava previsto que Maryam fosse a herdeira política de Sharif, algo que esta condenação irá impedir.

“O veredito de hoje mostra que os apartamentos do prédio Avenfield foram comprados com dinheiro da corrupção”, afirmou o advogado de acusação Sardar Abbasi.Sharif tem como principal rival nestas eleições o partido da oposição liderado por Imran Khan.

Sharif encontra-se de momento em Londres com a filha e a mulher, que está a ser tratada contra o cancro e que continua em coma após o ataque cardíaco que sofreu em junho.

Tariq Chaudhry, um dos seus aliados políticos, já declarou que o ex-primeiro-ministro nega todas as acusações e que irá recorrer da decisão do tribunal assim que chegar ao Paquistão, ainda antes das eleições que decorrem a 25 de julho.

Prevê-se que Sharif seja preso no momento da sua chegada, apesar de poder ser libertado mais tarde caso um tribunal separado conceda essa permissão.

“O povo paquistanês e o LMP-N rejeitam esta decisão”, declarou Shehbaz, irmão do condenado. “Esta sentença é baseada na injustiça”. Shehbaz assumiu a presidência do partido do irmão depois de este ter sido impedido de ocupar cargos públicos para o resto da vida.

O tribunal do National Accountability Bureau (NAB) paquistanês, gabinete de combate à corrupção, ordenou a Sharif o pagamento de uma multa de cerca de nove milhões de euros. Já a sua filha terá de pagar, aproximadamente, dois milhões e 300 mil euros.

As propriedades luxuosas em Londres serão confiscadas pelo governo paquistanês.
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