Um artigo a publicar quinta-feira na revista Nature revela que foi descoberto um planeta em torno da estrela mais próxima do sol, a Próxima do Centauro, potencialmente habitável.
Devido à sua proximidade, 'Proxima b' poderá ser o primeiro exoplaneta (fora do Sistema Solar) a ser visitado por uma sonda enviada da Terra, "se o Homem conseguir um dia desenvolver as tecnologias necessárias", declarou à AFP Julien Morin, um dos autores do estudo.Uma em cada cinco estrelas semelhantes ao Sol na Via Láctea possuirá um planeta na zona habitável, revelou um estudo publicado e finais de 2013, dias antes de ser revelada a descoberta de Kepler-62e, um superplaneta na constelação de Lira.
A Próxima do Centauro ou Proxima Centauri é uma anã vermelha da Constelação do Centauro, a 4,22 anos luz da Terra.
Foi descoberta em 1915 pelo astrónomo Robert Innes, é invisível a olho nu por ser pequena e pouco brilhante e é relativamente fria.
De acordo com um comunicado do Observatório Europeu do Sul, organização da qual Portugal faz parte, o 'Próxima b' foi detetado a partir de vários telescópios, incluindo os do OES, no Chile.
Tem uma massa semelhante à da Terra, apenas 1,3 vezes superior à do `planeta azul. Pode ainda albergar vida, uma vez que tem uma temperatura "adequada para a água líquida existir na sua superfície". Encontra-se muito perto da sua estrela, a uma distância inferior à que separa a Terra do Sol.
Sem estações
A equipa internacional de astrónomos, liderada por Guillem Anglada-Escudé, da universidade britânica Queen Mary, em Londres, crê que, a existir água líquida no 'Próxima b', tal seria nas regiões mais quentes do planeta.
A rotação do Próxima b, a forte radiação emitida pela sua estrela e a história da formação do planeta tornam, segundo os cientistas, o seu clima muito diferente do da Terra, sendo pouco provável que o exoplaneta tenha estações.
Para os astrónomos, o planeta Próxima b poderá servir de alavanca para a procura de evidências de vida noutros sítios do Universo, para lá da Terra.
Um dos cientistas envolvidos na descoberta, James Jenkins, da Universidade do Chile, disse à Lusa que a equipa pretende "procurar evidências da atmosfera" de Próxima b e, a confirmar-se a sua existência, estudar a sua composição e "procurar traços de água ou outras moléculas, e finalmente vida".
Com Lusa