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Facebook. Dezenas de empresas tiveram acesso a milhões de dados pessoais dos utilizadores

por Alexandre Brito - RTP
O acesso a dados pessoais continua a assombrar o Facebook Reuters

O The New York Times revela hoje que o Facebook terá dado acesso a vários dados pessoais dos utilizadores da plataforma a dezenas de empresas tecnológicas. Muito mais do que tinha sido admitido até agora. Diz ainda o jornal norte-americano que a rede social terá permitido o acesso a esses dados sem que as empresas tivessem que cumprir as regras de privacidade. Em reação a esta notícia, o Facebook já veio afirmar que não deu acesso a esses dados sem a permissão dos utilizadores.

The New York Times teve acesso a dezenas de documentos internos do Facebook, de 2017, em que é feito um levantamento das parcerias com outras empresas.

De acordo com o jornal, esses documentos provam que durante um longo período o Facebook permitiu que o motor de busca da Microsoft – Bing – tivesse acesso ao nome de praticamente todos os amigos dos utilizadores da plataforma sem o consentimento dos mesmos. Terá ainda permitido, diz o NTY, o acesso a mensagens privadas pelo Netflix e Spotify.

O NYT indica que parcerias como estas terão beneficiado mais de 150 empresas, a maior parte tecnológicas. O acesso a estes dados eram conseguidos através de aplicações dessas empresas que estariam ligadas ao Facebook. Ao todo, terão sido partilhados centenas de milhões de dados pessoais. Parcerias que terão começado em 2010 e que em 2017 ainda estavam ativas. 

Entre várias ligações, o Facebook permitiu, por exemplo, acesso à Amazon de nomes de utilizadores e informações de contactos através dos amigos. A Yahoo conseguia ver as publicações de amigos.

Em reação a esta notícia do The New York Times, o Facebook afirmou que “nenhuma dessas parcerias permitiu o acesso a informação sem o consentimento das pessoas”.

Diz a rede social que o que fez foi ajudar os utilizadores a acederam às suas contas do Facebook em plataformas criadas por outras empresas, como a Apple ou Amazon.

O Facebook admite no entanto que esses parceiros tiveram acesso a mensagens mas garante que os utilizadores tinham que entrar primeiro na rede social antes de utilizarem esses sistemas.

Garante ainda que praticamente todas essas parcerias foram terminadas nos últimos meses, excepto com a Apple e a Amazon.

Também a Netflix reagiu entrentanto a esta notícia. A empresa diz que ao longo dos anos tem procurado "diversas formas de tornar a Netflix mais social. Um exemplo disto foi uma funcionalidade que lançamos em 2014, que permitia aos subscritores recomendar séries e filmes para seus amigos do Facebook através do Messenger ou da Netflix".

De acordo com a Netflix, essa funcionalidade "nunca foi muito popular" pelo que foi descontinuada em 2015. E garante: "em nenhum momento nós acedemos as mensagens privadas das pessoas no Facebook, nem pedimos permissão para tal".


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