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Facebook. Zuckerberg pede mais regulamentação

por RTP
Mark Zuckerberg reúne-se esta terça-feira em Bruxelas com três membros da Comissão Europeia Yves Herman - Reuters

O fundador e CEO do Facebook apela a mais regulamentação relativamente ao conteúdo online considerado prejudicial. Durante um discurso em Munique, na Alemanha, Mark Zuckerberg pediu um novo enquadramento regulatório para a rede social, afirmando que não é suposto que a companhia decida o que é considerado “liberdade de expressão legítima”.

O criador do Facebook, Mark Zuckerberg alertou para que o controlo excessivo pode resultar num sufoco da expressão individual e, por isso pediu para que fosse criada uma nova regulamentação, mesmo que possa ser prejudicial para o seu negócio.

Durante a Conferência de Segurança em Munique, o fundador da maior rede social do mundo afirmou que deveria existir “uma maior regulamentação de conteúdos perigosos”.

Contudo, Zuckerberg alertou para a “questão do enquadramento que deve ser usado”. “Neste momento, há dois tipos de enquadramento existentes para as indústrias. O dos jornais e media existentes e depois o modelo das telecomunicações – em que os dados fluem até às pessoas e as operadoras não podem ser responsabilizadas caso alguém diga algo perigoso através de uma linha telefónica”, cita a Reuters.As declarações de Mark Zuckerberg surgem na sequência de várias críticas que as redes sociais e o Facebook em particular estão a sofrer, devido às suas políticas de publicidade política.

Segundo o líder da rede social, o melhor enquadramento regulatório para o Facebook seria algo entre o modelo dos jornais e media e o modelo das telecomunicações. “Penso que deveríamos estar algures no meio”, afirmou Zuckerberg.

“Não penso que as empresas privadas devam tomar decisões sozinhas quando estão a tocar em valores fundamentais e democráticos. Foi por isso que, no ano passado, pedi uma maior regulamentação em quatro áreas: eleições, conteúdos perigosos, privacidade e portabilidade de dados”, declarou Zuckerberg.

“Empresas como a minha precisam de uma melhor supervisão na tomada de decisões. As empresas tecnológicas devem servir a sociedade”, acrescentou o fundador do Facebook.

Zuckerberg acredita que uma boa regulamentação pode prejudicar o negócio do Facebook a curto prazo. No entanto, garante que isso será benéfico para os utilizadores e para a sua empresa, a longo prazo.

O fundador e CEO do Facebook considera que este pedido para uma nova legislação “não se trata de um ato de passagem de responsabilidade”, mas sim de um progresso necessário.

A empresa lançou novas políticas de publicidade política a nível global em 2019. As novas regras exigem que os anúncios políticos mostrem quem pagou por eles e, uma cópia do anúncio é guardada numa base de dados, que pode ser pesquisável por sete anos.

Mark Zuckerberg reúne-se esta terça-feira em Bruxelas com três membros da Comissão Europeia. A reunião acontece numa altura em que Bruxelas quer mais ação contra campanhas de desinformação e melhor cumprimento das regras comunitárias de concorrência.
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