Família diz que ainda é preciso saber "quem mandou matar" Marielle Franco

por Lusa

São Paulo, Brasil, 12 mar (Lusa) - A mãe de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro e ativista dos direitos humanos assassinada no Brasil há um ano, afirmou hoje, após a detenção de dois suspeitos do crime, que ainda é preciso saber "quem mandou matar".

"A dois dias de completar um ano da morte da minha filha é um alívio saber que a polícia prendeu os suspeitos. Hoje, tenho certeza de que estamos no caminho certo. Já era tempo de termos uma resposta, mas ainda é preciso saber quem mandou matar. A resposta para esse crime está incompleta", afirmou Marinete Silva, mãe de Marielle, ao portal de notícias G1.

Já Mônica Benício, viúva da ativista Marielle Franco, afirmou, em entrevista à rádio CBN, que as detenções dos dois suspeitos, ambos ex-polícias militares, representam uma etapa importante para explicar o crime, mas frisou que um ano - desde que o homicídio ocorreu -, é "tempo de mais", face a um caso que teve repercussão internacional.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil anunciaram hoje a detenção de Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz, suspeitos dos homicídios de Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes. Ambos foram assassinados no dia 14 de março de 2018 quando a vereadora e ativista deixava um evento político em defesa dos direitos das mulheres.

As detenções dos dois suspeitos ocorreram hoje por volta das 04:00 (07:00 em Lisboa) na Operação Lume, realizada nas residências de ambos.

Segundo um comunicado divulgado pelo MPRJ, as investigações concluíram, por meio de diversas provas, que Lessa foi o autor dos crimes, tendo efetuado os disparos de arma de fogo, com a participação de Elcio, que foi o condutor do carro utilizado para a execução do crime.

Ronnie Lessa é policial militar reformado e Elcio foi policial militar até ser ser expulso da corporação.

Os promotores brasileiros acrescentaram que o crime foi meticulosamente planeado durante os três meses que antecederam o atentado.

Além das prisões, a operação de hoje cumpriu mandados de busca e apreensão de documentos, telemóveis, computadores, armas, acessórios, munições e outros objetos.

O homicídio de Marielle Franco provocou grande comoção internacional e as autoridades brasileiras, embora tenham detido alguns suspeitos, ainda não esclareceram a motivação do crime, ao fim de um ano.

 

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