Samora Machel Júnior, filho do primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel, tenciona concorrer, no seio da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), a candidato do partido no poder às eleições presidenciais de 09 de outubro.
"A minha candidatura é um misto de inquietações, mas também de esperança, visando dar respostas aos problemas e desejos dos moçambicanos", refere-se na "Apresentação de manifesto de pré-candidatura" de Samora Machel Júnior, a que a Lusa teve hoje acesso.
"Ao apresentar a minha candidatura, permitam-me iniciar por esclarecer a minha motivação. Ela baseia-se na necessidade de servir a nação que me viu crescer e no meu mais alto sentido patriótico. A minha candidatura é fundamentada nos princípios da busca pela paz, pelo respeito à diversidade e à diferença, a promoção da inclusão e igualdade, dignidade humana e assegurar o crescimento económico de Moçambique", escreve.
O político, membro do Comité Central da Frelimo, diz, no manifesto, que a sua eventual presidência quer garantir um ambiente propício ao desenvolvimento económico e social, com especial atenção à criação de empregos para jovens e assistência aos mais necessitados.
"O nosso desafio não é apenas o de desenvolver Moçambique, é de levar Moçambique a encontrar o lugar a que tem direito no concerto das nações", prossegue a proposta do filho de Samora Machel, que governou o país entre 1975 e 1986.
Entre os "fundamentos" por detrás da decisão de se candidatar, Samora Machel Júnior aponta "a busca da paz, para o fortalecimento dos laços sociais, melhoria da qualidade de vida, atração de investimento interno e externo e promoção e construção de instituições sólidas, criando um futuro mais próspero e seguro para a sociedade".
Defende ainda o respeito pela diversidade e diferença, baseada no respeito mútuo das diferenças cultural, étnica, regional e social, e a promoção de políticas inclusivas que garantam igualdade de oportunidades para todos os cidadãos.
"Devemos combater o regionalismo, o tribalismo e o localismo e promover a unidade nacional. Moçambique é um mosaico diversificado de culturas, de etnias e de povos, mas é uno e indivisível", refere-se no texto.
O programa indica também o plano do crescimento económico, com o político a propor-se "trabalhar incansavelmente" para fortalecer os alicerces da economia, promovendo "medidas responsáveis e sustentáveis" que assegurem estabilidade e prosperidade a longo prazo.
"Vou adotar políticas económicas que estimulem o setor produtivo, a geração de empregos, o processamento local de matérias primas e industrialização do país", lê-se o texto.
O desenvolvimento económico de Moçambique pode também ser feito explorando os amplos recursos energéticos renováveis disponíveis no país, afirma aquele político.
Samora Machel Júnior diz que vai defender políticas inclusivas que promovam a participação equitativa de todos os cidadãos na construção da sociedade.
O Comité Central da Frelimo vai reunir-se sexta-feira e sábado, 05 e 06 de abril, mas ainda não está disponível a agenda concreta da reunião do órgão, o mais importante no intervalo entre congressos.
O Presidente moçambicano e da Frelimo, Filipe Nyusi, disse hoje que o Comité Central do partido no poder vai "avaliar" nesta reunião a "diretiva" sobre as eleições internas na organização, exigindo "disciplina" aos militantes.
"Dentro de dias, o Comité Central irá reunir-se para tomar decisões importantes, assim como avaliar a diretiva que irá orientar a eleição dos candidatos a diferentes órgãos, incluindo cabeças-de-lista para governador" provincial, afirmou Nyusi.
Na intervenção, Filipe Nyusi não se referiu ao processo de eleição do candidato da Frelimo às eleições presidenciais de 09 de outubro de 2022, às quais o atual chefe de Estado não pode concorrer por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos no cargo.