Financiamento líbio. Sarkozy indiciado por "associação criminosa"

por RTP
Nicolas Sarkozy e Muammar Gaddafi estiveram reunidos no Palácio Bab Aziza, em Tripoli, em julho de 2007 Pascal Rossignol - Reuters

No caso do financiamento líbio à campanha presidencial de 2007, Nicolas Sarkozy foi indiciado de “corrupção”, “dissimulação de desvio de fundos públicos (líbios)” e “financiamento ilícito de campanha eleitoral, anunciou o Tribunal Financeiro de Paris.

Uma acusação que surge depois de na semana passada o ex-Chefe de Estado ter sido ouvido durante dois dias pelos magistrados do combate à corrupção.

Neste processo, o antigo Chefe de Estado francês é suspeito de corrupção e de ter recebido financiamento ilegal de Kadhafi para a campanha eleitoral de 2007.

Este é um de três processos que o antigo governante republicano terá de responder na justiça.

Noutro caso também referente à campanha eleitoral de 2007, Sarkozy é acusado de corrupção, financiamento ilícito de campanha eleitoral e desvio de fundos públicos.

Ainda este ano, de 23 de novembro e até 10 de dezembro, Nicolas Sarkozy vai sentar-se no banco dos réus, no processo das escutas.

Neste caso é acusado de corrupção por ter sido escutado a discutir ao telefone com um dos seus advogados a forma como corromper um juiz para evitar a entrega das agendas aos inspetores que investigavam o financiamento líbio à campanha para a Presidência.
Sarkozy já reagiu
Numa publicação na rede social Facebook, Nicolas Sarkozy afirma que ficou surpreendido com esta “nova acusação”.

“Aqui está mais um passo na longa lista de injustiças cometidas durante todo o caso chamado ′′’financiamento líbio’′′ da minha campanha eleitoral de 2007”, acrescenta.

O ex-Chefe do Estado francês recorda que, “após quatro dias de interrogatório, durante as quais respondi a todas as perguntas que me foram colocadas (…) a minha inocência é novamente violada por uma decisão que não relata nenhuma prova de nenhum financiamento ilegal. “Produzi durante estas 44 horas de interrogatório elementos essenciais para apoiar a demonstração completa da minha probidade”.




“Por respeito pela instituição judicial e pelo segredo da instrução, infelizmente não posso produzir, como tencionava, as 120 páginas da ata da minha audição que teriam permitido mostrar a realidade e a força provas assim trazidas”, sublinha.

Sarkozy afirma ainda que, “os franceses devem saber que eu sou inocente do que me acusam, dando crédito improvável às afirmações de assassinos, golpistas e testemunhas falsas”.

Eu sei que a verdade acabará por vencer. Estou passando por esta nova prova perguntando a todos que me fizeram e continuam confiando em mim para entender que vou acabar por provar minha perfeita inocência. Vou colocar toda a determinação e energia que eu sou capaz. A injustiça não vencerá”, remata.
Tópicos
pub