Forças do GAN tomam último feudo de Haftar na zona oeste

por Lusa
Ayman Al-Sahili, Reuters

As forças do governo de acordo nacional (GAN) da Líbia anunciaram hoje ter tomado o controlo da cidade de Tarhuna, último feudo das forças rivais do marechal Khalifa Haftar no oeste do país em guerra.

"As nossas forças heroicas alargaram o seu controlo a toda a cidade de Tarhuna" e "aniquilaram as milícias terroristas de Haftar", indicou o porta-voz das forças pró-GAN, Mohamad Gnunu, num breve comunicado divulgado na rede social Facebook.

Na quinta-feira, Mohamad al-Gammudi, um dos comandantes das forças destacadas na frente de Tripoli, tinha declarado que o "regresso" de Tarhuna "ao governo legítimo" era "uma simples questão de tempo".

Grupos armados de Tarhuna, cidade situada a cerca de 80 quilómetros a sul de Tripoli, tinham-se juntado às fileiras do marechal Haftar quando este lançou em abril de 2019 uma ofensiva para tomar o controlo da capital, sede do GAN, reconhecido pela ONU.

Media líbios mostravam hoje o destacamento das forças pró-GAN no interior da cidade.

Até ao momento, nem o campo de Haftar nem as autoridades locais de Tarhuna reagiram ao anúncio dos pró-GAN.

Após mais de um ano de combates, o GAN afirmou na quinta-feira ter recuperado o controlo de toda a cidade de Tripoli e subúrbios e o primeiro-ministro, Fayez al-Sarraj, declarou-se determinado a reconquistar o país inteiro, após uma série de reveses do marechal Haftar.

Este último afirmou, no entanto, que se tratou de uma "redistribuição" das suas forças fora de Tripoli.

O anúncio ocorre após vários sucessos das tropas do GAN, entidade sediada na capital e reconhecida pela ONU, entre os quais a recuperação do aeroporto internacional na quarta-feira, que estava nas mãos dos pró-Haftar desde abril de 2019.

O conflito entre os dois lados exacerbou-se devido a ingerências estrangeiras. Haftar conta com a ajuda dos Emirados Árabes Unidos e da Rússia, enquanto o GAN é apoiado pela Turquia.

Na quarta-feira, a ONU anunciou o reinício das negociações entre os beligerantes líbios, suspensas há mais de três meses. Todas as anteriores tentativas de se conseguir um cessar-fogo duradouro falharam.

A Líbia mergulhou no caos após a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.

Desde abril de 2019, centenas de pessoas, incluindo numerosos civis, foram mortos nos combates da ofensiva a Tripoli e cerca de 200.000 foram obrigados a fugir.

 

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