Funcionária francesa suspensa por sugerir entrega de crianças "atípicas" a homossexuais

por RTP
A funcionária afirmou que os processos de adoção tinham em conta se o casal era hetero ou homossexual. Lucy Nicholson - Reuters

Uma responsável pelos serviços de adoção da Normandia, França, foi esta quarta-feira suspensa de funções. A decisão foi tomada depois de a funcionária ter feito declarações consideradas discriminatórias contra casais homossexuais.

Pascale Lemare, responsável pela adoção no departamento de Seine-Maritime, na Normandia, foi suspensa das suas funções após declarações que fez na rádio francesa France Bleu.

A funcionária afirmou que os processos de adoção tinham em conta se o casal era hetero ou homossexual.Em França, os casais do mesmo sexo podem casar e adotar desde 2013.

A locutora da estação de rádio local perguntou se era “complicado” para um casal homossexual adotar “um bebé saudável de três meses”. Lemare respondeu que existem “pais que se encaixam melhor nos critérios”, o que, no seu entender, não inclui casais homossexuais.

A entrevista decorre com a responsável a declarar que os casais homossexuais são “atípicos em relação às normas sociais e biológicas”. Por essa razão, defende que devem estar dispostos a adotar crianças atípicas.

Quando questionada pela locutora sobre o que considerava ser uma criança atípica, a chefe do serviço de adoção refere aquelas que se encontram psicologicamente perturbadas. “Essas crianças têm distúrbios que não são procurados por casais, e isso é normal”, remata.

Após estas declarações, Pascale Lemare foi suspensa das suas funções “como medida de precaução”, anunciaram as autoridades locais.

O próprio presidente do departamento de Seine-Maritime, Pascal Martin, afirmou num comunicado que condena “firmemente as declarações discriminatórias, que não refletem a política departamental”. Recorda ainda que foi solicitada uma auditoria externa do serviço em causa.
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