Governo atualiza número total de deslocados para 560.000

por Lusa

O número total de deslocados devido aos ataques armados em Cabo Delgado, norte de Moçambique, ascende a cerca de 560.000 pessoas, segundo dados atualizados hoje pelo Governo.

"Só em Cabo Delgado são cerca de 560.626 pessoas" que deixaram os locais de residência, referiu Filimão Suazi, porta-voz do Conselho de Ministros no final da reunião de hoje, em Maputo.

O número representa um acréscimo de cerca de 20% em relação ao que foi apresentado pelo primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, no final de outubro no parlamento, da ordem dos 435.000 deslocados.

O porta-voz do Conselho de Ministros referiu ainda que outra ameaça armada, os ataques da Junta Militar da Renamo, no centro do país, já provocaram 9.970 deslocados.

O total de residentes deslocados devido aos dois conflitos ascende a cerca de 570.000 pessoas.

A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e em que os deslocados, sem habitação, nem alimentos, se têm concentrado na capital provincial, Pemba - mas chegando a inúmeros outros distritos do norte e centro do país.

A província onde avança o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo `jihadista` Estado Islâmico desde 2019.

No centro do país, uma dissidência da antiga guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, tem atacado transportes públicos e aldeias numa onda de violência que já matou 30 pessoas desde agosto de 2019.

Os antigos guerrilheiros contestam a liderança de Ossufo Momade, à frente da Renamo, bem como o acordo de paz e desarmamento celebrado entre o partido e o Governo moçambicano em agosto de 2019.

 

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