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Governo timorense está a rever programa incluindo mais dados pedidos por deputados - PM

por Lusa

O Governo timorense está a rever o programa chumbado na semana passada pela oposição para incluir "mais dados" exigidos durante o debate no parlamento, disse hoje o primeiro-ministro.

Mari Alkatiri, que falava aos jornalistas à chegada ao aeroporto de Díli depois de uma visita ao enclave de Oecusse-Ambeno, explicou que, tal como fez nos últimos dias naquela região, vai continuar a dar a conhecer o programa do Governo ao resto da população.

"Eu disse isso no Parlamento. Não sou como os outros que não dizem nada e fazem coisas. Eu disse que ia ao Oecusse. Nada mais", explicou Alkatiri.

"Vamos dar a conhecer [o programa] aos agricultores em todo o lado. Temos estrutura para isso. A Fretilin e o PD são os dois partidos que têm estruturas até à base, e agora também participa a sociedade civil. Uns dançam dentro do Parlamento, nós dançamos fora", sublinhou. A Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) e o Partido Democrático (PD) formam a coligação do Governo timorense.

Alkatiri viajou para Oecusse na sexta-feira, um dia depois da oposição maioritária - do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Partido Libertação Popular (PLP) e Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) - ter aprovado uma moção de rejeição ao programa do Governo, que cairá caso haja uma segunda moção idêntica.

"Estamos a preparar os documentos. Os deputados queriam dados. Eu estou a incluir dados. Vamos responder às exigências de alguns deputados de quererem mais dados. Isso não é bem o programa, mas vamos responder a isso", considerou.

No final do debate, na passada quinta-feira, Alkatiri anunciou que não tencionava voltar ao Parlamento para defender o programa do executivo, função que delegaria num outro membro do Governo e que ele próprio ia dar a conhecer o texto à população.

"Eu vou levar o Programa a todo Timor-Leste, para que seja o povo a referendá-lo. Eu sou um líder partidário [secretário-geral da Fretilin] e tenho obrigação de explicar ao povo o que aconteceu no Parlamento. E vou fazer isso", afirmou.

"No fim de semana vou para Oecusse. Depois vou até Lautem (na ponta leste do país) Isso não significa que me resigno agora. Vou cumprir a Constituição até janeiro. Primeiro-ministro minoritário, de gestão, mas cumprirei", afirmou.

Hoje, Alkatiri confirmou que regressará ao Parlamento e que o programa restruturado será apresentado por outro membro do Governo.

O chefe do Governo disse que na preparação do documento, e desde que tomou posse, o executivo tem estado a analisar as contas públicas, admitindo ter encontrado surpresas. Apesar de "saber já de muita coisa, ainda há surpresas", afirmou, sem precisar a que se referia.

A oposição tem criticado a ação de Mari Alkatiri nos últimos dias, condenando o que disse serem ações de campanha e questionando o uso da expressão "referendar" já que o Governo não tem competência para convocar um referendo.

 

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