Governo timorense executa 36,5% do orçamento do Estado para este ano nos primeiros noves meses

por Lusa

O Governo timorense executou apenas 36,5% dos mais de 3,2 mil milhões de dólares (3,21 milhões de euros) do Orçamento Geral do Estado nos primeiros nove meses do ano, indicam dados oficiais.

Esse valor sobe para mais de 53% se excluído o montante correspondente ao novo Fundo dos Combatentes da Libertação Nacional (FCLN), criado este ano.

Dados do Portal da Transparência Orçamental, do Ministério das Finanças timorense, notam que o Governo executou despesas reais de 1.051 milhões de dólares (1.054 milhões de euros) a que se somam 122 milhões em obrigações.

Os dados do portal confirmam que estes totais correspondem a uma execução de 36,5% do total definido no Orçamento Geral do Estado (OGE) retificativo aprovado para este ano.

Do valor total das despesas contam-se mil milhões de dólares (1.003 milhões de euros) para a criação do novo FCLN, instrumento já criado por lei, mas que ainda não foi `mexido`, continuando `ao cuidado` do Banco Central de Timor-Leste, gestor do Fundo Petrolífero.

Se esse fundo -- de características idênticas ao Fundo de Reserva da Segurança Social -- for retirado do OGE, então a taxa de execução nos primeiros nove meses do ano sobe para 53,08%, a três meses do final do ano financeiro.

A taxa mais baixa de execução é a do Fundo de Infraestruturas, apenas 16% dos mais de 281 milhões orçamentados.

A nível Ministerial, o Ministério do Petróleo e Minerais tem a taxa de execução mais elevada (86,7%), à frente do Ministério das Obras Públicas (85,1%) e do Ministério da Administração Estatal (84,5%).

A Secretaria de Estado das Cooperativas (9,3%), o Ministério do Turismo, Comércio e Indústria (11,1%) e o Ministério da Solidariedade Social e Inclusão (17,8%) apresentam as taxas de execução mais baixas.

Este ano, o Governo ainda não recorreu ao Fundo de Contingência e praticamente já gastou os mais de cinco milhões de dólares (5,02 milhões de euros) destinados a serviços jurídicos.

Entre os programas com 100% de execução contam-se os 15 milhões de dólares (15,09 milhões de euros) para a Conferência Episcopal Timorense (CET), os 60 milhões de dólares (60,3 milhões de euros) para capitalização do Banco Nacional de Comércio de Timor-Leste (BNCTL) e os 13 milhões de dólares (13,08 milhões de euros) destinados ao Fundo de Investimento do novo município de Ataúro.

No que toca a receitas, o Governo registou já um total de mais de 856 milhões de dólares (861 milhões de euros), sendo que a maior fatia -- cerca de 854 milhões de dólares (859 milhões de euros) - são provenientes do Fundo Petrolífero.

Entre as estruturas com receitas mais elevadas previstas, a Universidade Nacional Timor Lorosa`e (UNTL) é das que regista uma execução mais baixa, com apenas 19% dos quase 1,6 milhões de dólares (1,61 milhões de euros) previstos.

A Autoridade Tributária regista uma taxa de execução de receitas de quase 72,7%, com um total recolhido de 37,6 milhões de dólares (37,7 milhões de euros) - correspondentes a impostos domésticos não petrolíferos - enquanto a Autoridade Aduaneira atingiu uma taxa de execução de 75,5%, com um total de 55,4 milhões de dólares (55,6 milhões de euros), provenientes da Direção Geral de Alfândegas.

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