Grupos armados invadem Porto de Mocímboa da Praia

por Lusa

Grupos armados que têm protagonizado ataques em Cabo Delgado invadiram na madrugada de hoje o Porto de Mocímboa da Praia, disse à Lusa fonte do exército moçambicano.

"Há vários colegas nossos da força marinha que morreram", disse a fonte, acrescentando que houve confrontos entre as forças governamentais e o grupo que resultaram em um número desconhecido de mortos e feridos.

Segundo a fonte, nas instalações portuárias daquela vila, situada a cerca de 345 quilómetros da capital provincial de Cabo Delgado, os atacantes, que reinvidicam uma causa `jihadista` contra as autoridades, conseguiram instalar um ponto de resistência.

"Muitas pessoas fugiram. Os que mais sofreram foram os que estavam de prontidão, mas não estavam devidamente equipados para fazer face a eles [os insurgentes]", declarou a fonte.

"Normalmente, nestas condições, abandonamos a posição e depois vamos nos preparar para tentar recuperá-la", acrescentou.

Uma outra fonte local disse à Lusa que à vila está quase abandonada, explicando que a população continua a fugir das aldeias e as linhas de comunicação também estão interrompidas.

"Poucas pessoas tem coragem para continuar a viver em Mocímboa da Praia", disse a fonte, que se refugiu há meses na capital provincial.

O ataque ao Porto de Mocímboa da Praia segue-se a outros que foram registados nos últimos dias em várias aldeias da zona, com frequentes confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e os insurgentes, classificados como uma ameaça terrorista.

Mocímboa da Praia tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa ação depois reivindicada pelo grupo `jihadista` Estado Islâmico.

Mocímboa da Praia é uma das principais vilas da província, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

Os ataques de grupos armados na província de Cabo Delgado eclodiram em outubro de 2017 mesmo em Mocímboa da Praia e já provocaram, pelo menos, a morte de 1.000 pessoas, e algumas das ações dos grupos têm sido reivindicadas pelo grupo `jihadista` Estado Islâmico (EI).

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada naquela província do norte de Moçambique forçou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

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