Juan Guaidó entregou na Assembleia Nacional o pedido para que fosse decretado o “estado de alarme” no país, uma modalidade do estado de exceção, devido à “calamidade pública gerada pela interrupção sustentada do fornecimento elétrico” desde quinta-feira que coloca “em risco a segurança da nação e dos seus cidadãos”.
Guaidó, enquanto autoproclamado presidente interino da Venezuela, pede que o “estado de alarme” seja decretado por um período de 30 dias, podendo ser prolongado por mais 30.
No texto entregue à Assembleia Nacional é pedido que a Força Armada Nacional Bolivariana se mobilize para proteger as instalações e os funcionários da CORPELEC para que estes possam trabalhar no sentido de recuperar o sistema elétrico nacional.
Cumpliendo con mis atribuciones constitucionales como Presidente (E), he enviado a la @AsambleaVE la solicitud para que se decrete estado de alarma en todo el territorio nacional debido a la tragedia que vive el país a causa del apagón nacional sostenido. #ANSesiónDeEmergencia pic.twitter.com/et5WjL8uy0
— Juan Guaidó (@jguaido) 11 de março de 2019
“Ordena-se que os corpos de segurança ao cidadão se abstenham de impedir os protestos do povo venezuelano (…) sobre o estado deplorável do sistema elétrico”, diz ainda o decreto proposto.
O decreto pede também uma cooperação técnica internacional para ultrapassar os problemas elétricos e dá instruções aos funcionários do serviço de saúde para procurarem cooperação com o setor privado para superar as necessidades de tratamento médico.
De igual forma, o texto aponta para que as autoridades “garantam a máxima poupança de combustível para que se possa dispor de quantidades suficientes para permitir o funcionamento adequado das equipas do sistema elétrico”. Nesse sentido, o decreto aponta para a imediata suspensão de fornecimento de crude, combustível ou derivados para Cuba.
O texto entregue à Assembleia Nacional atribui responsabilidades pela situação ao regime de Nicolás Maduro e considera que o que se está a passar com o sistema elétrico “não é produto de nenhuma circunstância natural ou acidental”, mas sim consequência da “inépcia e corrupção”.
“A atitude do regime usurpador tem estado dirigida a apresentar desculpas cheias de mentira e grande cinismo com o já normal propósito de iludir as suas responsabilidades e atribuí-las a outros”, pode ler-se no texto proposto.
O “apagão” estende-se à maioria da população venezuelana e já provocou pelo menos 21 mortos nos hospitais venezuelanos por falta de energia elétrica. Um médico e deputado da Assembleia Nacional atualizou os números neste domingo à noite.
O desespero está a levar a que muitos venezuelanos saqueiem lojas de comida e estabelecimentos comerciais.