Guiné-Bissau. Ministério do Interior abre inquérito à morte de manifestante

por Lusa

O Ministério do Interior da Guiné-Bissau lamentou, em comunicado divulgado à imprensa, a morte de uma pessoa "supostamente" ocorrida durante a manifestação de hoje em Bissau e decidiu abrir um inquérito independente.

"O Ministério do Interior tomou conhecimento do desaparecimento físico de um cidadão supostamente durante o decorrer da manifestação ocorrida esta manhã na cidade de Bissau. Facto que o Ministério lamenta profundamente independentemente das circunstâncias em que aconteceu", refere o comunicado.

No documento, o Ministério do Interior sublinha que está em curso uma investigação para "identificar e responsabilizar os atores envolvidos".

"Mas, pelos dados recolhidos até aqui, não se vislumbra que a morte de um dos manifestantes tenha resultado da atuação das nossas forças de segurança e ordem", salienta o comunicado, que confirma que não foi utilizada qualquer arma de fogo, nem balas de borracha durante o protesto.

O Ministério do Interior pede também a todos o que disponham de informação que possam clarificar as circunstâncias da morte do cidadão guineense para colaborarem para a "descoberta da verdade e consequente responsabilização do seu autor".

"Para a garantia da imparcialidade na investigação do caso, o Ministério do Interior propõe a abertura de uma comissão de inquérito independente composta por entidades especializadas", destaca o comunicado.

A polícia guineense dispersou hoje, com recurso a gás lacrimogéneo, uma tentativa de manifestação em Bissau, organizada por vários partidos da oposição e por apoiantes de dois candidatos independentes às eleições presidenciais de 24 de novembro.

Segundo fontes hospitalares, três pessoas ficaram feridas no protesto que não foi autorizado pelo Ministério do Interior.

A polícia confirmou também a detenção de três pessoas por alegadas agressões.

A manifestação foi organizada pelo Partido da Renovação Social (PRS), Movimento pela Alternância Democrática (Madem-G15) e Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático Guiné-Bissau (APU-PDGB) para contestar a forma como estão a ser organizadas as eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.

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