O secretário-geral da ONU encerrou este domingo a Conferência Mundial da Juventude, em Lisboa. Reconheceu que os dirigentes da sua geração não têm estado à altura dos desafios, algo "particularmente grave nas alterações climáticas". António Guterres considera que a janela de oportunidade para combater as ameaças globais está a fechar-se e que são os jovens que devem liderar as soluções.
O secretário-geral da ONU colocou a esperança nos jovens. "É muito reconfortante para mim ver que são os jovens que assumem a liderança e que espero que possam levar os dirigentes políticos da minha geração a colocarem-se no lado certo da História", disse Guterres aos jornalistas.
António Guterres encerrou a Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, 21 anos depois de um evento semelhante e no qual participou e liderou como primeiro-ministro português.
"Nestes 21 anos percorremos todos um longo caminho", disse António Guterres, lembrando que em 1998 a Internet dava os primeiros passos e a ameaça das alterações climáticas não era ainda totalmente compreendida.
Guterres alertou que a janela de oportunidade para fazer face às grandes ameaças globais está a fechar-se e deixou a promessa de mudança na própria estrutura da ONU.
Para setembro está marcada uma cimeira do clima em Nova Iorque, para a qual os jovens foram desafiados por Guterres a participarem. “Uma oportunidade para mudar de atitude”, argumentou o secretário-geral da ONU.
Cerca de 100 delegações de responsáveis pela área da juventude de todo o mundo reuniram-se durante dois dias na Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019, onde foram debatidos temas emergentes da juventude, entre os quais o desenvolvimento sustentável e a crise climática.
Em 1998, o Governo Português, em cooperação com os parceiros do Sistema das Nações Unidas, organizou a Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, que se tornou um marco no trabalho em torno das políticas de Juventude.
Na Declaração final, ministros e demais líderes mundiais presentes, comprometeram-se a trabalhar com a Juventude num conjunto de políticas e programas que fossem ao encontro das preocupações dos jovens e melhorassem as suas vidas.
Estes compromissos cobriam as áreas prioritárias do setor, tal como definido no Programa Mundial de Ação para a Juventude, adotado em 1995 pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Agora, os Estados são chamados a intensificar os seus compromissos para integrar a perspetiva da Juventude na implementação da Agenda 2030 e da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019 e do Fórum da Juventude "Lisboa+21" resultará uma Declaração renovada sobre Políticas e Programas de Juventude (Lisboa+21), no quadro da Agenda 2030.
c/Lusa