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Homofobia prejudica prevenção e tratamento do VIH/Sida na Indonésia

por Lusa

A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje, num relatório, a redução do acesso aos exames e serviços médicos para detetar, prevenir e tratar o VIH/Sida e outras doenças por causa da homofobia na Indonésia.

No documento, a organização não-governamental (ONG) alertou que os discursos de políticos e figuras públicas indonésias resultaram em intervenções das autoridades contra grupos LGTB (gays, lésbicas, transexuais e bissexuais) desde 2016.

As operações policiais, às vezes realizadas com a colaboração de grupos islâmicos, contribuíram para aumentar o estigma contra o VIH e impediram que as pessoas em risco de contrair a doença usassem os serviços de prevenção e tratamento, de acordo com a organização.

"O Governo indonésio deveria reconhecer que o seu papel nos abusos contra as pessoas LGBT está a comprometer seriamente a resposta do país ao VIH", declarou o investigador da HRW Kyle Knight, num comunicado.

O relatório preparado com entrevistas de testemunhas, ativistas e profissionais de saúde revelou que, embora o número de novas infeções pelo VIH tenha diminuído nas últimas décadas, a taxa entre homens homossexuais aumentou de 5% em 2007 para 25% em 2015, segundo dados da ONUSIDA.

No ano passado, mais de 300 pessoas foram presas em saunas, discotecas, salões de beleza, quartos de hotel e residências na Indonésia, sob o pretexto da lei anti-pornografia, devido à "sua suposta orientação sexual", lembrou a HRW.

As intervenções das autoridades -- nas quais são exibidos preservativos como evidências incriminatórias - também significaram o encerramento de "pontos-chave" de aconselhamento e prevenção do VIH nos estabelecimentos considerados seguros pelos seus frequentadores.

O parlamento indonésio está atualmente a debater a introdução da penalização do sexo entre homossexuais no Código Penal.

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