Hong Kong. Homem de 70 anos morto nos protestos

por RTP
Miguel Candela - EPA

Um homem de 70 anos morreu, na passada quinta-feira, ao ser atingido por tijolos atirados pelos manifestantes. Em Londres, a secretária da Justiça de Hong Kong foi alvo de um ataque. O Presidente da China, Xi Jinping, já afirmou que o uso de “um país, dois sistemas, em Hong Kong está a ser desafiado”.

Os protestos antigovernamentais já decorrem há quase seis meses.

O homem de 70 anos foi atingido na cabeça na quarta-feira durante protestos na cidade de Sheung Shui, na fronteira de Hong Kong. Segundo a polícia, o homem, que estava a gozar a hora de almoço, encontrava-se no local a tirar fotos. Morreu na quinta-feira no hospital.

Num vídeo divulgado nas redes sociais, mostra dois grupos de manifestantes a atirarem tijolos um ao outro, e o homem de 70 anos a cair no chão após ser atingido na cabeça.

Na última semana a escalada de violência aumentou em Hong Kong, com intensas batalhas nas ruas, confrontos violentos nas universidades e protestos espontâneos na hora de almoço.

O homem de 70 anos foi a quarta vítima mortal dos incidentes nos últimos dias. Na segunda-feira, um polícia atingiu, com uma bala real, um ativista. E um homem foi incendiado enquanto discutia com manifestantes antigovernamentais. Na passada semana, Alex Chow, um estudante de 22 anos, morreu após cair de um prédio durante uma operação policial.Protestos chegaram a LondresA secretária da Justiça, Teresa Cheng, que se encontra na capital britânica a promover Hong Kong como um centro de solução de disputa e negociação de acordos, foi criticada por um grupo de manifestantes, que a chamou de “assassina” e gritou “vergonha”. O Governo de Pequim já condenou o ataque.

Foi o primeiro confronto direto entre manifestantes e um alto quadro da antiga colónia britânica fora de Hong Kong.


A Embaixada da China no Reino Unido afirmou que Cheng foi “sitiada e atacada por ativistas anti-China e pró-independência”, que se organizaram online e que magoou a mão quando caiu.

A Embaixada apelou ainda à polícia britânica para investigar o incidente e fortalecer a segurança das autoridades e instituições chinesas no país.

"Acabar com a violência e restaurar a ordem é a tarefa primordial em Hong Kong", disse o porta-voz da Embaixada, em comunicado.

"O Governo central da China apoia firmemente o Executivo de [Hong Kong] a administrar Hong Kong de acordo com a lei, apoia firmemente a polícia (...) a aplicar a lei e apoia firmemente o judiciário a levar os criminosos à Justiça de acordo com [a] lei", lê-se na mesma nota.

Vídeos do confronto mostram Cheng no chão durante as escaramuças, mas não é claro se foi empurrada. Logo a seguir, a secretária levanta-se e é escoltada por seguranças.

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, condenou também a "agressão bárbara", que "violou os princípios de uma sociedade civilizada", e afirmou que a secretária ficou "gravemente ferida", apelando à polícia britânica que investigue.

C/ Lusa
Tópicos
pub