Imprensa europeia saúda passagem de Macron à segunda volta

por RTP
O candidato centrista arrecadou 23,9 por cento dos votos e a candidata da extrema-direita 21,4 por cento Emmanuel Foudrot - Reuters

A generalidade da imprensa europeia saúda a passagem de Emmanuel Macron à segunda volta das eleições presidenciais francesas. Ao mesmo tempo, estima-se que a presença da candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, é "uma ameaça".

Em França, Le Monde dá a conhecer o que é necessário reter da primeira volta e as reações aos resultados. Num outro artigo, o jornal afirma que foi uma eleição sem precedentes, num duelo esperado.

Já o Libération questiona: “Macron, futuro Presidente democrata à americana?”. Comparando o candidato centrista a Barack Obama.

Segundo o jornal, o ex-Presidente dos Estados Unidos telefonou a Emannuel Macron, na passada quinta-feira, e aconselhou-o a “lutar até ao fim”.
 
Ainda em França, Le Figaro compara os programas dos dois candidatos à segunda volta das eleições presidenciais.   

Em Espanha, o diário El País afirma que Macron recebeu apoio dos rivais (Fillon e Hamon) para travar a corrida de Marine Le Pen. O jornal recorda que o candidato liberal e pró-europeu recebe o apoio do conservador Fillon e do socialista Hamon e se apresenta como favorito para a segunda volta.

Ainda em Espanha, El Mundo afirma que a “Europa respira aliviada com a vitória do jovem Macron”.

Num editorial, lê-se que “depois dos resultados de domingo, Emannuel Macron, de 39 anos, que criou, a apenas seis meses, o movimento Em Marcha, apresenta-se como o próximo Presidente da República Francesa.

Em Inglaterra, The Guardian considera que o centrista Emmanuel Macron representa "a melhor esperança de um grande país, profundamente perturbado", mas ressalva que "a ameaça da extrema-direita não está extinta".

Num artigo de opinião do editor de assuntos europeus do Telegraph, Peter Foster, pode ler-se que uma Presidência de Macron, enfraquecida desde o início, seria uma má notícia para a Grã-Bretanha, o euro e a União Europeia.
 
Em Itália, o Corriere Della Sera fala de um duelo entre um europeísta e uma populista. O jornal La Stampa revela que o plano de Macron é “fazer uma barreira contra o nacionalismo”.

Para a revista alemã Der Spiegel, o sucesso do candidato centrista "é uma bofetada na cara do sistema político. O seu apuramento para a segunda volta abalou, pelo menos provisoriamente, as instituições políticas de longa data, os gaullistas conservadores republicanos e os socialistas no poder, do presidente François Hollande".
Segunda volta a 7 de maio
O candidato centrista arrecadava 23,9 por cento dos votos e a candidata da extrema-direita 21,4 por cento, quando estava apurada a quase totalidade dos sufrágios na primeira volta do ato eleitoral.

Em terceiro lugar ficou o conservador François Filon, com 19,9 por cento, enquanto Jean-Luc Mélenchon (esquerda) obteve 19,6 por cento dos votos.

O candidato liberal recebeu o apoio de outros candidatos presidenciais derrotados e, de acordo com projeções, poderá derrotar a candidata de extrema-direita com mais de 60 por cento dos votos, na segunda volta.
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