Índia e Bangladesh preparam-se para a pior tempestade dos últimos dez anos

por Alexandre Brito - RTP
Reuters

Há quem já o qualifique de super ciclone. Uma enorme tempestade aproxima-se da Índia e do Bangladesh, que estão nesta altura a retirar milhares de pessoas das zonas costeiras. Uma tarefa ainda mais complicada do que noutros momentos semelhantes por causa das medidas em curso relacionadas com o novo coronavírus.

Os meteorologistas dizem que se trata da pior tempestade a atingir a Índia nos últimos 10 anos.

O ciclone Amphan tem a força equivalente a um furacão de categoria 5, o mais elevado na escala Saffir–Simpson.

Neste vídeo, do The Weather Channel, é possível ver qual a diferença entre cada escala e o impacto que a categoria 5 tem.



As autoridades correm contra o tempo para evacuar enormes áreas. 

"Temos poucas horas para retirar as pessoas das suas casas ao mesmo tempo que temos que manter a distância social" por causa da Covid-19, disse à Reuters um responsável indiano por situações de desastres naturais.

A rede de transportes, em particular ferroviária, está também a ser afetada. Muitos comboios estão já parados.

A Índia, com uma costa com mais de sete mil quilómetros, é atingida por mais de um décimo de todos os ciclones tropicais.

Nesta imagem é possível verificar o local exato onde o ciclone está e o caminho que vai percorrer nas próximas horas.


No país vizinho, Bangladesh, a situação é idêntica. Só que neste caso o Amphan será a pior tempestade a atingir o país nos últimos 15 anos.

As autoridades, tal como na Índia, estão a deslocar milhares de pessoas para zonas mais elevadas, uma vez que o Bangladesh tem uma costa baixa.

Também aqui o cuidado é grande por causa do novo coronavírus, com as pessoas a serem aconselhadas a deslocaram-se com máscaras para evitar a propagação do vírus.

As autoridades do Bangladesh têm preparados 12 mil abrigos de ciclones para receber mais de cinco milhões de pessoas.

De acordo com os meteorologistas, este ciclone vai atingir ventos na ordem dos 160 quilómetros por hora, provocar ondas enormes e largar grandes quantidades de água do céu, o que vai provocar várias inundações.

Vai tocar terra entre os distritios de Chittagong e Khulna, a cerca de 150 quilómetros de um campo de refugiados Rohingya onde vivem mais de um milhão de pessoas.

"Estamos muito precupados", disse à Reuters Haiko Magtrayo do Comité Internacional da Cruz Vermelha.

Estes refugiados Rohingya, por si só já em condições de vida precárias, vão ter que enfrentar uma realidade ainda mais dura após o impacto do ciclone. 

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