A Índia testou com sucesso um míssil balístico intercontinental de longo alcance. O míssil Agni-V, com um alcance de cinco mil quilómetros, foi disparado a partir da ilha de Abdul Kalam em direção ao largo da costa do estado de Odisha. A notícia já foi confirmada pelo Ministério da Defesa e pelo ministro dos Caminhos de Ferro e Petróleo.
"Este disparo não corresponde ao desenvolvimento de um novo tipo de arma, foi apenas um teste antes de a Índia colocar o Agni-V no plano operacional", disse à CNN Vipin Narang, professor de Ciência Política no MIT e especialista em questões de proliferação nuclear.
De acordo com o mesmo especialista, o teste terá incidido sobre o padrão de voo, a precisão do míssil e outros aspetos técnicos que garantem a sua operacionalidade.
Citado pela CNN, o Ministério da Defesa já considerou este teste é um “grande avanço” para o país e pode vir a pressionar os adversários China e Paquistão, que passam a estar ao alcance da Índia.
India has successfully test fired the 5000-km range Inter-Continental Ballistic Missile Agni-V at 9:53am today. The Made in India canistered missile, having 3 stages of propulsion, was test fired from Abdul Kalam island off Odisha coast #MakeInIndia4Defence
— Raksha Mantri (@DefenceMinIndia) 18 de janeiro de 2018
India has successfully test-fired Intercontinental 5000-km range surface-to-surface nuclear-capable ballistic missile Agni-V. Congratulations to @DRDO_India, nation stands proud of this achievement. pic.twitter.com/yvg4g7acqz
— Piyush Goyal (@PiyushGoyal) 18 de janeiro de 2018
A China e o Paquistão são adversários geoestratégicos da Índia e já protestaram o lançamento do míssil. Ainda de acordo com Vipin Narang, o Agni-V é um importante dissuasor em relação à China, colocando ao alcance da Índia "alvos importantes na zona costeira oriental" daquele país, já que ali se concentram as áreas mais desenvolvidas economicamente.
As relações entre os dois países pioraram em 2017, devido ao conflito sobre a delimitação de fronteiras na região de Doklam, nos Himalaias.
O Agni-V já tinha sido testado cinco vezes, desde 2012. O último exercício aconteceu no final de 2016. Tem novas tecnologias de navegação, orientação e motor do mais avançado arsenal que o país tem no seu arsenal bélico.
A Índia junta-se agora aos Estados Unidos, Rússia, China e França, que fazem parte dos países capazes de disparar mísseis nucleares de longo alcance.
O disparo do Agni-V coincidiu com a visita do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ao subcontinente e o seu anúncio foi feito durante a terceira edição da Raisina Dialogue, a conferência mais importante sobre geopolítica e geoestratégia que a Índia organiza todos os anos.