Indiano suspeito de homicídio encontrado pela polícia 49 anos depois

por RTP
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Sitaram Bhatane, um indiano de 76 anos, era procurado pela polícia desde 1973 por suspeita do assassinato de uma mulher. Foi detido meio século depois e vai agora ser levado à justiça.

Em 1973 a esquadra da polícia de Gujarat começou a investigar o caso de Mani Shukla, uma mulher de 70 anos que foi assassinada em casa. Várias testemunhas afirmaram que a mulher tinha sido assassinada durante um assalto por Sitaram Bhatane, que vivia no mesmo bairro que a vítima e na altura com 27 anos. Também os três irmãos de Bhatane garantiram que ele tinha cometido o homicídio depois de roubar a vítima.

Contudo, Bhatane abandonou a cidade e todos os esforços da polícia para o encontrar falharam durante quase meio século. Todos os anos, em alturas diferentes, dois agentes visitaram a aldeia natal de Bhatane para averigurar se alguém sabia do paradeiro do suspeito, mas ninguém tinha notícias do homem desde o dia do assassinato.

Também as centenas de cartazes de "Procura-se" e as recompensas oferecidas em troca de informação não deram em nada: o suspeito estava desaparecido e não havia qualquer pista. 

O investigador Pratipalsinh Gohil, que entrou para a força policial em 2010, sempre acreditou que Bhatane se tinha “safado”. "Pensei que não havia qualquer hipótese de alguma vez o encontrarmos”, confessou.

Sem que nada o fizesse prever, Bhatane cometeu "o erro" de voltar à aldeia na altura errada e Gohil resolveu o caso 49 anos depois de o crime ter sido cometido. Tudo porque a polícia de Gujarat foi destacada para assegurar o bom funcionamento de uma eleição neste mês de dezembro na aldeia para a assembleia estatal.

Quando os agentes chegaram ao local, foi-lhes dito que Bhatane tinha regressado alguns dias antes, aparentemente pela primeira vez. Os agentes detiveram-no, para choque do homem que se mostrou estupefacto e confuso, lembrando-se apenas vagamente do crime de que foi acusado.

Bhatane foi encontrado com 76 anos de idade, deficiências auditivas e a coxear. A sua identidade foi confirmada quando a polícia verificou o seu cartão de voto e porque um dos seus irmãos foi identificá-lo à esquadra.

Gohil, convencido da culpa de Bhatane, ficou chocado com o facto de o homem não ter "memória de um crime tão hediondo". "Ele não consegue lembrar-se de quaisquer detalhes ou do porquê de ter morto e não se sentiu nada mal em relação a isso", disse o investigador.

Gohil mostrou-se muito satisfeito por ter encerrado um caso que se encontrava entre os mais antigos dos processo policiais não resolvidos da Índia. "Foi por isso que me juntei à força policial", afirmou. 

Bhatane é acusado de homicídio e de roubo e aguarda agora a condenação. Gohil acredita que o homem vai passar o resto da vida atrás das grades.

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