Indonésia. Investigadores em busca de avião detetam sinais acústicos

por RTP
O aparelho da Lion Air despenhou-se com 189 pessoas a bordo Beawiharta Beawiharta - Reuters

O exército indonésio acredita ter encontrado uma parte substancial da fuselagem do avião da Lion Air que caiu no Mar de Java, em Jacarta. Por seu lado, os investigadores indonésios detetaram sinais acústicos que os poderão conduzir às caixas negras. O ministro dos Transportes ordenou, entretanto, a demissão do diretor técnico da companhia de baixo custo.

Os destroços encontrados pelas autoridades indonésias terão sido localizados por sonares. “Acreditamos realmente que determinamos as coordenadas da fuselagem do voo JT 610”, declarou o comandante das Forças Armadas Hadi Tjahjanto.

As autoridades de Jacarta mobilizaram mil pessoas para as buscas, incluindo 100 mergulhadores e tripulantes de helicópteros e barcos. As buscas realizam-se em oito locais do mar de Java, a uma profundidade de 30 a 40 metros.

A possibilidade de encontrar sobreviventes está praticamente excluída, devendo os trabalhadores separar os restos mortais dos destroços e dos objetos pessoais. Cerca de 50 sacos mortuários com restos mortais foram enviados para o hospital, para a realização de testes de DNA.

Entretanto, os investigadores que procuram as caixas negras identificaram sinais acústicos a três quilómetros da área em que estão a ser feitas buscas. As caixas negras emitem impulsos ultrassons que são detetados por sonar.

Hadi Tjahjanto disse que as buscas pelas vão concentrar-se num local específico. Se se confirmar que os sinais acústicos pertencem às caixas negras, poderá ser possível usar os dispositivos para identificar as causas da queda da aeronave. As caixas negras gravam as comunicações no cockpit e as leituras dos painéis de voo.

O avião da Lion Air desapareceu dos radares segunda-feira, 13 minutos depois de descolar no aeroporto de Jacarta rumo a Pangkal Pinang, na ilha de Bangka. A bordo seguiam 181 passageiros e oito tripulantes.
Jacarta ordena detenção do diretor técnico
Numa atitude pouco habitual, o ministro dos Transportes ordenou a demissão do diretor técnico da Lion Air, bem como de outro pessoal.

"Hoje, vamos substituir o diretor técnico da Lion e substituí-lo por outra pessoa, assim como os técnicos que deram luz verde para a decolagem", disse Budi Karya Sumadi em conferência de imprensa em Jacarta.

A companhia confirmou que despediu o diretor técnico, seguindo “instruções” do Governo indonésio. A Lion Air acrescentou que o piloto e o copiloto tinham 11 mil horas de voo e tinham passado recentemente nos exames médicos.

O Boeing 737 Max 8 estava era praticamente novo, tendo apenas 800 horas de voo. Estava desde agosto ao serviço da companhia indonésia de baixo custo Lion Air.

Pouco antes de o aparelho desaparecer, o piloto pediu permissão ao controle de tráfego aéreo para regressar a Jacarta mas não indicou se havia motivo de urgência.

A empresa reconheceu que a aeronave teve um problema num voo anterior. A hipótese de o modelo ter defeitos específicos, nas medições de altitude e velocidade, está a ser investigada. A Boeing chegou a suspender a venda do aparelho, pouco antes do lançamento comercial, alegando um problema no motor.

As autoridades indonésias ordenaram uma investigação a todos os Boeing 737 Max. Por seu lado, representantes da Boeing vão reunir-se com os responsáveis da Lion Air.
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