Indonésia proíbe manifestações independentistas em Papua e Papua Ocidental

por Lusa

A polícia da Indonésia proibiu no domingo as manifestações nas províncias de Papua e Papua Ocidental, no extremo leste do arquipélago, depois de mais de duas semanas de protestos exigindo independência da região.

As autoridades indonésias justificaram a proibição de manifestações por razões de "segurança e ordem pública", de forma a impedir a organização de "atos anarquistas", na sequência da detenção de vários manifestantes no domingo.

"Todos estão proibidos de participar em manifestações ou de transmitir publicamente a opiniões que possam levar a atos anarquistas, danos ou queima de instalações públicas", escreveu a Polícia de Papua na sua conta da rede social Twitter.

A nova onda de distúrbios civis em Papua e Papua Ocidental começou em meados de agosto, após a detenção na ilha de Java de 43 estudantes universitários da Papua.

Os estudantes foram cercados na sua residência na cidade de Surabaya, em Java, por nacionalistas indonésios por terem, alegadamente, profanado a bandeira daquele país asiático.

Segundo dados oficiais, pelo menos dois manifestantes e um soldado morreram em confrontos durante as marchas, geralmente pacíficas, enquanto dados não oficiais de ativistas de Papua apontam para um número de mortes maior.

Pelo menos 95 pessoas morreram nas mãos das Forças de Segurança indonésias em Papua e Papua Ocidental entre 2010 e 2018, segundo a Amnistia Internacional, pelo que tanto os jornalistas como os observadores estrangeiros têm restringido o acesso a essas duas províncias.

As duas províncias Papua ocupam a metade ocidental da ilha da Nova Guiné, um território rico em recursos naturais e onde o movimento de independência ganhou força a partir de 1963, quando a Holanda se retirou da Indonésia, até então sua colónia.

A outra metade da Nova Guiné integra o estado independente da República de Papua Nova Guiné.

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