Centena e meia de drones ucranianos cruzaram os céus russos na madrugada desta terça-feira e atacaram a região de Moscovo. A Rússia diz ter interceptado 144 aparelhos, mas um deles atingiu um bloco de apartamentos, matando uma mulher. O Kremlin disse que este ataque massivo "mostra que a Ucrânia é inimiga da Rússia".
RO Ministério da Defesa da Rússia reportou que as defesas aéreas abateram 144 drones ucranianos durante a madrugada. Pelo menos 20 aparelhos foram destruídos sobre a região de Moscovo.
Os destroços de um drone ucraniano abatido acabaram por atingir um bloco de apartamentos no distrito de Ramenskoye, provocando um incêndio que alastrou a várias residências dos 11º e 12º andares do prédio declarou governador regional de Moscovo, Andrei Vorobyov.
Uma mulher de 46 anos morreu e três pessoas ficaram feridas, confirmou Vorobyov.
Acrescentou ainda que 43 pessoas foram retiradas das habitações para centros de acomodação temporários.
BREAKING: The authorities in Russia’s Moscow region said that a Ukrainian drone strike in the early hours of Tuesday morning had left one person dead, while Russia’s Defence Ministry reported that it had intercepted almost 150 Ukrainian drones overnight. ⤵️
— Novaya Gazeta Europe (@novayagazeta_en) September 10, 2024
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O distrito de Ramenskoye, cerca de 50 quilómetros a sudeste de Moscovo, tem uma população de cerca de 250 mil habitantes, de acordo com dados oficiais.
Drones intercetados
Se em Ramenskoye, o incêndio no edifício desencadeado pelos destroços do drone ucraniano destruiu cinco apartamentos, na região de Bryansk, perto da fronteira com a Ucrânia, o Ministério da Defesa russo confirma que 72 drones foram intercetados, sem vítimas ou danos registados.
O governador local, Aleksander Bogomaz, descreveu o ataque como "massivo".
Em comunicado, o ministério alegou que outros 14 drones foram intercetados sobre Kursk, 13 sobre Tula e mais 25 sobre outras cinco partes do país.
Kiev ainda não comentou o ataque aéreo dirigido ao território russo. Entretanto, soaram alertas na capital ucraniana devido a um alegado contra-ataque de drones russos.
"Ucrânia é inimiga da Rússia"
Perante o ataque de drones em grande escala na região de Moscovo nesta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, argumenta que esta ação "revela que a Ucrânia é inimiga da Rússia e que a Rússia tem de continuar a combater".
Peskov deixou claro que, embora as tropas ucranianas continuem presentes na região russa de Kursk, "Moscovo não consegue imaginar quaisquer negociações com Kiev e continuará o que chama de operação militar especial".