Ataque ucraniano. Interceção russa não evita morte de mulher em Moscovo

por RTP
Maxim Shemetov - Reuters

Centena e meia de drones ucranianos cruzaram os céus russos na madrugada desta terça-feira e atacaram a região de Moscovo. A Rússia diz ter interceptado 144 aparelhos, mas um deles atingiu um bloco de apartamentos, matando uma mulher. O Kremlin disse que este ataque massivo "mostra que a Ucrânia é inimiga da Rússia".

RO Ministério da Defesa da Rússia reportou que as defesas aéreas abateram 144 drones ucranianos durante a madrugada. Pelo menos 20 aparelhos foram destruídos sobre a região de Moscovo.

Os destroços de um drone ucraniano abatido acabaram por atingir um bloco de apartamentos no distrito de Ramenskoye, provocando um incêndio que alastrou a várias residências dos 11º e 12º andares do prédio declarou governador regional de Moscovo, Andrei Vorobyov.

Uma mulher de 46 anos morreu e três pessoas ficaram feridas, confirmou Vorobyov.

Acrescentou ainda que 43 pessoas foram retiradas das habitações para centros de acomodação temporários.

O distrito de Ramenskoye, cerca de 50 quilómetros a sudeste de Moscovo, tem uma população de cerca de 250 mil habitantes, de acordo com dados oficiais.

O presidente do município, Sergei Sobyanin, afirmou que foram enviadas equipas de emergência para vários pontos na região, bem como para a área perto do aeroporto de Zhukovo e ao redor do distrito de Domodedovo, onde se localiza um dos maiores aeroportos que serve Moscovo. Mais de 30 voos foram suspensos, declarou.
Drones intercetados
Se em Ramenskoye, o incêndio no edifício desencadeado pelos destroços do drone ucraniano destruiu cinco apartamentos, na região de Bryansk, perto da fronteira com a Ucrânia, o Ministério da Defesa russo confirma que 72 drones foram intercetados, sem vítimas ou danos registados.

O governador local, Aleksander Bogomaz, descreveu o ataque como "massivo".

Em comunicado, o ministério alegou que outros 14 drones foram intercetados sobre Kursk, 13 sobre Tula e mais 25 sobre outras cinco partes do país.

Kiev ainda não comentou o ataque aéreo dirigido ao território russo. Entretanto, soaram alertas na capital ucraniana devido a um alegado contra-ataque de drones russos.
"Ucrânia é inimiga da Rússia"

Perante o ataque de drones em grande escala na região de Moscovo nesta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, argumenta que esta ação "revela que a Ucrânia é inimiga da Rússia e que a Rússia tem de continuar a combater".

Peskov deixou claro que, embora as tropas ucranianas continuem presentes na região russa de Kursk, "Moscovo não consegue imaginar quaisquer negociações com Kiev e continuará o que chama de operação militar especial".
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