Investigação de Mueller obtém milhares de emails do período de transição de Trump

por Lusa

Washington, 17 dez (Lusa) -- A investigação de Robert Mueller aos contactos russos com a campanha do Presidente dos EUA obteve acesso a milhares de e-mails recebidos por funcionários de Trump antes do início da sua administração, segundo pessoas familiares com a transição presidencial.

O Procurador Especial do Departamento da Justiça, Robert Mueller, está a investigar o alegado conluio do governo da Rússia com a campanha de Trump para influenciar o resultado das eleições presidenciais americanas de novembro de 2016.

Os investigadores não requereram diretamente os registos do grupo de transição ainda existente, Trump for America, e em vez disso obtiveram-nos de uma agência federal que armazenou o material, segundo as mesmas fontes.

Um advogado enviou no sábado cartas para dois comités do congresso a dizer a agência federal (General Services Administration - GSA) forneceu de forma imprópria os registos da transição aos investigadores de Mueller.

Kory Langhofer, conselheiro geral para o grupo de transição, escreveu ao republicano que preside ao comité do Senado sobre a segurança interna, contestando a revelação "não autorizada" dos emails.

A GSA tem nos últimos anos fornecido espaço no gabinete e ajuda para as transições presidenciais e tipicamente aloja os registos eletrónicos da transição no seu sistema informático. Mas o grupo Trump for America considera os registos privados e não propriedade do governo.

As fontes familiares com a organização da transição falaram à Associated Press sob condição de anonimato por causa da sensibilidade dos registos, indicando que os materiais incluíam comunicações de mais de uma dúzia de responsáveis séniores do grupo de Trump.

Entre os responsáveis que usaram contas de email deste grupo estava o antigo conselheiro para a segurança nacional Michael Flynn, que se declarou culpado de uma série de acusações de falsos testemunhos aos agentes do FBI em janeiro e que agora está a cooperar com a investigação de Mueller.

Flynn foi despedido por Trump em fevereiro por enganar responsáveis seniores da administração norte-americana sobre os seus contactos com o embaixador da Rússia nos Estados Unidos.

Não é claro o quão reveladores para Mueller serão os conteúdos das contas de email mantidas pela GSA.

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