O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros pretende apresentar uma proposta para salvar o acordo nuclear com o Irão e aliviar as tensões no Golfo. Jeremy Hunt e ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão reunir-se em Bruxelas para discutir a questão do Irão.
Após a apreensão de um navio petroleiro iraniano pela marinha britânica, no início de julho, as tensões intensificaram-se ainda mais.
O Reino Unido apreendeu o petroleiro iraniano, na costa do território de Gibraltar, por suspeitar que o Irão estaria a transportar petróleo para a Síria e, dessa forma, a violar as sanções da UE contra a Síria.
Este sábado, o Irão voltou a exigir a libertação do navio, afirmando que não transportava petróleo para a Síria. No mesmo dia, Jeremy Hunt prometeu a libertação do navio se o Irão desse garantias de que o destino do Grace 1 não era a Síria.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido revelou, no Twitter, que telefonou ao homólogo iraniano, Mohammad Javad Zarif, e que a conversa foi “construtiva”.
“Assegurei-lhe que nossa preocupação era o destino e não a origem do petróleo do Grace 1 e que o Reino Unido facilitaria a libertação se recebêssemos garantias de que não ia para a Síria, seguindo o devido processo nos tribunais de Gibraltar".
1/2 Just spoke to Iranian Foreign Minister Zarif. Constructive call. I reassured him our concern was destination not origin of the oil on Grace One &that UK would facilitate release if we received guarantees that it would not be going to Syria, following due process in Gib courts
— Jeremy Hunt (@Jeremy_Hunt) 13 de julho de 2019
Entretanto, os três signatários europeus do acordo nuclear, Reino Unido, França e Alemanha, reuniram-se este domingo com o objetivo de impedir a intensificação das tensões com o Irão e de retomar as conversações no sentido de manter o acordo nuclear iraniano de 2015.
Num comunicado conjunto, os três países expressaram a sua preocupação relativamente às tensões entre o Irão e os EUA e reiteraram o apoio ao acordo.
“Estamos preocupados com o risco de que o acordo não seja cumprido, sob a pressão das sanções impostas pelos Estados Unidos e após a decisão do Irão de não aplicar mais várias das normas centrais do acordo”, lê-se no comunicado.
Londres, Paris e Berlim dizem ainda estar “extremamente preocupados com a decisão do Irão de armazenar e enriquecer urânio além dos limites autorizados”.
Além disso, estes “três países estão profundamente perturbados pelos ataques que presenciamos no Golfo Pérsico e com deterioração da segurança na região”. Por isso, “acreditamos que chegou o momento de agir de maneira responsável e de encontrar formas de parar a escalada de tensão e retomar o diálogo”.
“Os riscos são tais que é necessário que todas as partes interessadas façam uma pausa e considerem as possíveis consequências de suas ações”, apelam os três signatários europeus.
Reiterando a vontade de manterem o acordo nuclear, os três países pretendem continuar a “explorar as vias de diálogo previstas no acordo para abordar a conformidade do Irão” e no sentido de encontrar uma solução, continuar a encorajar todas as partes interessadas, ”no interesse da preservação da paz e segurança internacionais”.
A Grã-Bretanha, a França e a Alemanha estão a tentar intervir para evitar que a crise nas relações com o Irão se transforme num conflito armado.
O foco deste comunicado conjunto é a necessidade de tentar preservar o acordo nuclear de 2015 que Donald Trump abandonou em favor do aumento das sanções contra o Irão.
O foco deste comunicado conjunto é a necessidade de tentar preservar o acordo nuclear de 2015 que Donald Trump abandonou em favor do aumento das sanções contra o Irão.
Na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia que decorre esta segunda-feira, a questão do Irão e a violação dos compromissos do acordo nuclear são pontos em discussão.