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Irão "não voltará a fechar os olhos" a "infrações marítimas"

por RTP
O ministro criticou os Estados Unidos pelas sanções que lhe impuseram na semana passada Reuters

O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros garantiu esta segunda-feira que Teerão não vai continuar a fechar os olhos a eventuais “infrações marítimas” no Golfo Pérsico. A mensagem chega um dia depois de a República Islâmica ter apreendido um petroleiro iraquiano que acusou de contrabandear combustível.

“O Irão costumava ignorar algumas infrações marítimas no Golfo, mas a partir de agora não voltará a fechar-lhes os olhos”, afiançou Mohammad Javad Zarif.

No domingo, a Guarda Revolucionária Iraniana apreendeu um petroleiro do Iraque com uma tripulação de sete pessoas perto da ilha Farsi, que pertence ao Irão e se encontra a norte do Estreito de Ormuz.

Em julho, o Irão tinha já apreendido um petroleiro britânico em Ormuz por alegadas violações do espaço marítimo, duas semanas depois de o Reino Unido ter, por sua vez, capturado um petroleiro iraniano que acusou de violar as sanções contra a Síria.

Zarif referiu-se esta segunda-feira à apreensão britânica de “pirataria” e defendeu que “o Governo do Reino Unido tem sido cúmplice do terrorismo económico dos Estados Unidos contra o Irão”.
Críticas aos EUA
Em conferência de imprensa, o ministro criticou ainda os Estados Unidos pelas sanções que lhe impuseram na passada quarta-feira, alegando que Washington fechou a porta à diplomacia, ao abandonar o acordo nuclear de 2015.

“Sancionar um ministro dos Negócios Estrangeiros significa um falhanço nas negociações”, sustentou Zarif, que viu os seus bens nos Estados Unidos serem congelados pelo departamento norte-americano do Tesouro.

Os EUA decidiram avançar com as sanções por considerarem que Zarif “implementa a agenda imprudente do líder supremo do Irão”, pelo que se tornou necessário “enviar uma mensagem clara ao regime iraniano de que o seu comportamento recente é completamente inaceitável”.

O ministro argumentou que a jogada norte-americana não terá qualquer efeito prático, uma vez que não possui qualquer propriedade fora do seu país de origem. “Obrigado por me considerarem uma ameaça tão grande à vossa agenda”, atirou Zarif no Twitter.
Apelo aos países europeus
Mohammad Javad Zarif lançou, por fim, um apelo às potências europeias que fazem parte do acordo nuclear de 2015 para que acelerem os esforços para salvar o mesmo, embora o Irão pondere abandonar o pacto caso considere necessário.

Foi ainda renovada a ameaça do bloqueio das exportações através do Estreito de Ormuz, por onde passa um quinto de todo o petróleo a nível mundial, caso haja países a ceder aos pedidos dos Estados Unidos e a deixar de comprar esse combustível ao Irão.
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