Nuclear. Irão negoceia com Rússia extensão de central em Bushehr

por Lusa

O Irão está a negociar com a Rússia a construção de duas novas unidades de produção na única central nuclear do país, anunciou hoje um funcionário da Organização de Energia Atómica (AEIO) do país.

"Estão em curso negociações entre Teerão e Moscovo para construir duas unidades da central de Bushehr, de acordo com o plano da República Islâmica para produzir pelo menos 10.000 MW de eletricidade com recurso a energia nuclear", disse o porta-voz da AIEA, Behrouz Kamalvandi.

Moscovo construiu a central de Bushehr, com um reator de 1.000 MW, e entregou-a oficialmente aos iranianos em setembro de 2013, após anos de atraso na sua conclusão.

No final de dezembro, o vice-presidente da AIEA, Mahmoud Jafari, anunciou o "atraso de dois anos" na construção dessas unidades, alegando "problemas financeiros".

As negociações entre os dois países ocorrem um dia após uma visita de dois dias do Presidente iraniano, Ebrahim Raissi, a Moscovo, durante a qual disse estar determinado a fortalecer as relações com a Rússia.

"Atualmente, o nível de comércio entre os dois países não é aceitável. Por isso, os dois países concordaram em aumentar o comércio bilateral para 10 mil milhões de dólares (cerca de 8,8 mil milhões de euros) por ano, como um primeiro passo", disse Raissi, no final de uma reunião com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

O comércio entre o Irão e a Rússia vale atualmente três mil milhões de dólares (cerca de 2,6 mil milhões de euros), segundo Teerão.

De acordo com Kamalvandi, "a promoção e o desenvolvimento da energia nuclear entre os dois países" estão entre os "temas importantes discutidos" pelos dois presidentes.

As conversações bilaterais decorrem paralelamente às negociações em Viena para tentar salvar o acordo nuclear internacional iraniano assinado em 2015, procurando o regresso dos Estados Unidos ao pacto.

Washington ofereceu a Teerão a proposta de redução das sanções ocidentais e da ONU em troca do seu compromisso de não produzir armas nucleares, bem como de reduzir substancialmente o seu programa atómico.

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