Israel desaconselha israelitas de visitar o Golfo alegando ameaça do Irão

por Lusa

O Governo de Israel aconselhou hoje os israelitas a evitarem viajar para países na zona do Golfo, como os Emirados Árabes Unidos (EAU) ou o Bahrein, devido à ameaça de possíveis ataques iranianos.

O conselho surge depois de o Irão ter ameaçado atacar alvos israelitas na sequência do assassínio, na sexta-feira, do físico nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh, com Teerão a atribuir a responsabilidade a Israel, que ainda não comentou.

Nos últimos meses, Israel assinou acordos para o estabelecimento de relações diplomáticas com os EAU e o Bahrein, decisões intermediadas pela administração do Presidente cessante norte-americano, Donald Trump.

O estabelecimento de relações diplomáticas gerou um entusiasmo generalizado em Israel e milhares de turistas israelitas têm previsto viajar para aqueles dois países ainda este mês.

"À luz das ameaças recentemente feitas pelas autoridades iranianas e do envolvimento no passado de autoridades iranianas em ataques terroristas em vários países, há uma preocupação de que o Irão tente agir desta forma contra alvos israelitas", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu numa declaração emitida pelo Conselho de Segurança Nacional.

O Governo israelita também desaconselhou viagens à Geórgia, Azerbaijão e à Turquia, à região curda do Iraque e a África.

O Irão e grupos próximos de Teerão já realizaram no passado ataques que visaram turistas israelitas e comunidades judaicas.

Em 2012, agentes do Hezbollah bombardearam um autocarro de passageiros que transportava turistas israelitas em Burgas (Bulgária), matando seis pessoas e ferindo dezenas. 

No mesmo ano, Israel acusou o Irão de estar por trás de ataques contra diplomatas israelitas na Tailândia e na Índia. 

O Irão e o Hezbollah também bombardearam a embaixada israelita e o centro comunitário judaico em Buenos Aires, respetivamente em 1992 e 1994, ceifando a vida de dezenas de civis.

As preocupações com a segurança dos israelitas no Dubai também têm precedentes. 

Em 2000, um ex-coronel israelita foi sequestrado por um colaborador iraniano do Hezbollah e mantido em cativeiro no Líbano até ser libertado numa troca de prisioneiros em 2004.

 

JSD // FPA

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