Israel: judeu apunhala judeu por engano e leva 11 anos de prisão

por RTP
Ronen Zvulun, Reuters

Shlomo Haim Pinto quis apunhalar um árabe, mas enganou-se no alvo. O tribunal não lhe perdoou o engano nem acreditou na insanidade mental alegada pelo seu advogado.

No julgamento, realizado, em Dezembro último, Pinto foi dado como culpado de uma tentativa de assassínio. Os factos apurados referem-se a uma tentativa de homicídio ocorrida em outubro de 2015, na cidade de Kiryat Ata, no norte de Israel. Hoje, o tribunal determinou a medida da pena: 11 anos de prisão.

Segundo relata o diário israelita Haaretz, Pinto entrou num supermercado com uma faca escondida na roupa, que escolhera por lá trabalharem vários árabes. Pensou que um dos empregados, Uri Razkan, era árabe, aproximou-se dele por trás e apunhalou-o várias vezes nas costas, no ombro e na região lombar. A vítima tentou fugir, mas Pinto perseguiu-a pelo supermercado. Ainda assim, Razkan sobreviveu com ferimentos ligeiros.

No depoimento que prestou, Pinto justificou-se alegando que uma voz interior o impelia a cometer o atentado contra um árabe, para enfraquecer o Islão. Segundo declarou, dera ouvidos à "voz interior", por acreditar que, em caso de sucesso, "haveria mais misericórdia para a nação judaica e a redenção adiantar-se-ia".

A juíza Tamar Naot-Perry deixou claro que não considerava credível o argumento da "voz interior" ou tão pouco a alegação do advogado de Pinto sobre a insanidade mental e consequente inimputabilidade do seu constituinte.
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