Shlomo Haim Pinto quis apunhalar um árabe, mas enganou-se no alvo. O tribunal não lhe perdoou o engano nem acreditou na insanidade mental alegada pelo seu advogado.
Segundo relata o diário israelita Haaretz, Pinto entrou num supermercado com uma faca escondida na roupa, que escolhera por lá trabalharem vários árabes. Pensou que um dos empregados, Uri Razkan, era árabe, aproximou-se dele por trás e apunhalou-o várias vezes nas costas, no ombro e na região lombar. A vítima tentou fugir, mas Pinto perseguiu-a pelo supermercado. Ainda assim, Razkan sobreviveu com ferimentos ligeiros.
No depoimento que prestou, Pinto justificou-se alegando que uma voz interior o impelia a cometer o atentado contra um árabe, para enfraquecer o Islão. Segundo declarou, dera ouvidos à "voz interior", por acreditar que, em caso de sucesso, "haveria mais misericórdia para a nação judaica e a redenção adiantar-se-ia".
A juíza Tamar Naot-Perry deixou claro que não considerava credível o argumento da "voz interior" ou tão pouco a alegação do advogado de Pinto sobre a insanidade mental e consequente inimputabilidade do seu constituinte.