Israel regressa aos assassínios seletivos de líderes palestinianos

por RTP
O MNE Israel Katz (esq.) com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Reuters

Dois dias após a eliminação de um comandante de topo das milícias palestinianas da Jihad Islâmica, o regresso a uma política de assassinatos seletivos foi oficialmente admitido pelo ministro israelita dos Negócios Estrangeiros. Israel Katz considera que esta é uma fórmula que deu provas da sua eficácia para deter a jihad e levar os seus líderes a pensar duas vezes antes de lançar ataques em território israelita.

Em declarações à Rádio do Exército, Israel Katz foi claro na mensagem de que o país vai continuar com esta política de eliminações seletivas, que devem ser lidas como um aviso para todos os militantes palestinianos na Faixa de Gaza.

Israel Katz falou à rádio israelita no advento de um cessar-fogo após dois dias de confrontos entre o exército israelita e militantes palestinianos.Acordo de cessar-fogo entrou em vigor esta quinta-feira após dois dias de confrontos entre forças israelitas e a Jihad Islâmica. Mais de 30 palestinianos morreram neste curto período.

A tensão agudizou-se na região da Faixa de Gaza depois de, no início da semana, as forças israelitas terem lançado dois ataques contra líderes de topo da Jihad Islâmica em Gaza e Damasco.

O ataque de Gaza matou o comandante na região da Jihad Islâmica Bahaa Abu al-Ata e a sua mulher. O ataque levado a cabo na Síria, não confirmado pelos israelitas, falhou o alvo: Akram al-Ajouri sobreviveu aos mísseis lançados contra a zona residencial em que estava referenciado, que no entanto vitimaram o seu filho e outra pessoa.

Nas horas que se seguiram seriam mortos mais de trinta palestinianos.



Katz considera que o assassínio de líderes das milícias palestinianas já provou ser uma medida eficaz contra qualquer intenção das organizações palestinianas de atacarem Israel.Nos dias seguintes à morte de abu al-Ata, Israel terá visado e assassinado outros 20 militantes da Jihad Islâmica.

Para o MNE israelita, uma prova da sua eficácia está no facto de o Hamas não se ter juntado à Jihad Islâmica na retaliação contra Israel após a morte de Abu al-Ata.

De acordo com Israel Katz, esta medida estava em cima da mesa há vários meses, depois de discussões intensas do gabinete de segurança.

“Esta direcção já demonstrou ser correta”, declarou Katz, sublinhando que há aqui uma mensagem clara, “não apenas para a Jihad Islâmica, [mas] para toda a região”.
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