Israel voltou a lançar ataques aéreos na Faixa de Gaza na noite de quinta-feira em reposta ao lançamento de balões incendiários por parte de ativistas palestinianos mobilizados pelo Hamas. É a segunda vez que Israel bombardeia a Palestina desde que foi quebrado o cessar-fogo, que durou menos de um mês.
Os militares disseram que aviões de combate atingiram "complexos militares e um local de lançamento de ‘rockets’" do Hamas em resposta aos balões, indicando que as suas forças estão a preparar-se para uma “variedade de cenários, incluindo a retoma das hostilidades”.
Segundo fontes das forças de segurança palestinianos, citadas pela agência AFP, a força aérea israelita teve como alvo pelo menos um local a leste de Khan Younes, uma cidade no sul da Faixa de Gaza, enclave de dois milhões de habitantes. Não houve relatos imediatos de vítimas dos ataques.
Os bombardeamentos na Faixa de Gaza foram retomados ao início da madrugada de quarta-feira, também após o lançamento de balões incendiários a partir de território palestiniano. O regresso dos bombardeamentos marcou o fim do cessar-fogo que durou apenas 25 dias. Este é o primeiro ataque israelita desde que o Governo de coligação, liderado por Naftali Bennett, tomou posse, destituindo assim Benjamin Netanyahu do cargo de primeiro-ministro, que ocupou durante mais de uma década.
As hostilidades retomadas na madruga de quarta-feira acontecem na sequência de uma marcha em Jerusalém Oriental, organizada por nacionalistas judeus e que assinalou a vitória do país na guerra dos seis dias, em 1967. A Marcha das Bandeiras, ou o Dia de Jerusalém, foi o primeiro teste para o novo Governo israelita.
Israelitas radicais desfilaram pelas ruas da Cidade Velha, numa clara provocação aos palestinianos de Jerusalém. Os palestinianos avisaram que iriam retaliar e cumpriram a promessa, ao lançar balões incendiários que provocaram pelo menos 20 incêndios em Israel.
Durante a manhã de quinta-feira, a polícia israelita usou granadas de atordoamento e canhões de água para dispersar manifestantes palestinianos diante da Porta de Damasco, em Jerusalém. Pelo menos oito palestinianos foram detidos e dezenas ficaram feridos.
O cessar-fogo alcançado pelas duas partes a 21 de maio tinha colocado um ponto final a 11 dias de guerra no mês passado. O conflito causou 260 mortos no lado palestiniano, incluindo crianças, adolescentes e combatentes, e 13 mortos em Israel, incluindo uma criança, uma adolescente e um soldado.
c/ agências
