Itália. Acrílico entre as mesas e viseiras no regresso às aulas em setembro

por RTP
"O objetivo de reabrir em setembro é complexo, mas é alcançável", considerou a ministra italiana da Educação. Foto: Massimo Pinca - Reuters

Em Itália, todas as escolas deverão voltar a ter aulas presenciais a partir de setembro, mas com medidas de segurança adicionais. Numa reunião com o primeiro-ministro Giuseppe Conte, organismos regionais e sindicatos, a ministra italiana da Educação, Lucia Azzolina, propôs a utilização de viseiras em vez de máscaras nas escolas, com a intenção de manter o convívio entre os alunos, e a colocação de painéis de acrílico entre as mesas, "à semelhança do que fizeram outros países europeus, de modo a garantir a segurança".

Na reunião, a responsável pela pasta da Educação explicou que “o objetivo é que todos os alunos possam ir às aulas presenciais, com especial atenção aos mais pequenos, que mais sofreram durante este período” de crise pandémica.

Perante preocupações reveladas pelos sindicatos, a ministra tentou tranquilizá-los: “Estamos a mobilizar recursos para os estabelecimentos de ensino de quatro mil milhões de euros e haverá uma alocação de outros 330 milhões para a construção de escolas”, de modo a reduzir o risco de contágio, explicou.

“Todos concordamos que o objetivo de reabrir em setembro é complexo, mas é alcançável se todos nos sentarmos à mesa e trabalharmos para cumprir com a expectativa do país de trazer de volta as crianças e jovens à escola após o verão”.

“Queremos manter as turmas unidas tanto quanto possível”, acrescentou. “Forneceremos ferramentas flexíveis para que as escolas possam agir e em breve fecharemos as diretrizes para setembro”.
Sindicatos mantêm greve para segunda-feira
Apesar das explicações da ministra, os presidentes da Associação Nacional de Municípios de Itália (ANCI) e do organismo de coordenação política regional Conferenza delle Regioni enfatizaram “muitas questões críticas”, entre as quais os recursos e o pessoal necessários para a reabertura dos estabelecimentos de ensino.

“A reabertura das escolas em setembro envolverá muitas questões críticas, mas é indispensável e não a iremos travar”, consideraram esses responsáveis. A ANCI frisou, porém, que serão necessárias verbas para as “necessidades urgentes”, nomeadamente “o recrutamento de funcionários”, sendo ainda importante garantir os recursos para as rápidas intervenções nas escolas, reorganização das cantinas e serviços de transporte e um plano para evitar que as turmas estejam concentradas simultaneamente nas instalações.

Já os sindicatos não saíram convencidos da reunião e confirmaram a greve marcada para a próxima segunda-feira. “A discussão sobre a reabertura é importante, mas já vem tarde”, consideraram, explicando que a greve de 8 de junho visa instar o Governo a fazer as escolhas necessárias para o regresso às aulas em segurança, mas também a voltar a colocar a educação no centro das prioridades do país.

“São necessários recursos imediatos para a contratação extraordinária, a fim de garantir a redução de alunos por turma”, frisaram, citados pelo diário italiano Corriere della Sera.

Em Itália, o novo coronavírus parece estar agora a dar tréguas, com uma redução diária do número de novos casos. Desde o início da pandemia, mais de 234 mil pessoas foram infetadas nesse país, das quais cerca de 34 mil morreram. Existem já cerca de 162 mil recuperados.
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