Japão envia avião para retirar nacionais, Filipinas suspende vistos para viajantes da China

por Lusa
Kyodo via REUTERS

O Japão vai enviar hoje um avião para retirar os nacionais retidos na cidade chinesa de Wuhan e as Filipinas suspenderam a emissão de vistos no destino para viajantes da China para conter o surto do vírus.

O avião terá como objetivo permitir a retirada de cerca de 200 de 200 japoneses que se encontram na cidade que é o epicentro do novo coronavírus (2019-nCoV), anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão.

"O lado chinês informou-nos que agora está pronto para aceitar um voo fretado. O primeiro voo para o aeroporto de Wuhan partirá esta noite e também levaremos suprimentos de ajuda", disse Toshimitsu Motegi aos jornalistas.

Outros países, como Estados Unidos, Portugal, Sri Lanka, Austrália, Alemanha e França estão também a preparar com as autoridades chinesas a retirada dos seus cidadãos de Wuhan, onde também se encontram duas dezenas de portugueses.

A região de Wuhan encontra-se em regime de quarentena, situação que afeta 56 milhões de pessoas.

Já a decisão das Filipinas tem como objetivo evitar a propagação do coronavírus Wuhan (2019-nCov), embora ainda não tenha confirmado nenhum caso no país.

"Adotamos essa medida proativa para conter as viagens e ajudar a impedir a possível entrada do 2019-nCov", disse o comissário do Departamento de Imigração, Jaime Morente, em comunicado.

Nas Filipinas, não há qualquer infeção confirmada, embora o Departamento de Saúde esteja a investigar 11 casos suspeitos, sendo que a maioria deles viajaram para Wuhan nas últimas semanas.

Morente explicou que a suspensão de vistos no destino é "temporária" e que visa reduzir o "influxo de viagens em grupo" da China, que é o segundo maior mercado de turistas para as Filipinas.

O visto no destino é concedido a turistas que viajam com operadores credenciados pelo Departamento de Turismo, empresários qualificados, atletas e delegados de convenções ou exposições.

O Departamento de Imigração esclareceu que, até ao momento, não há ordem do Governo nacional que impeça a entrada de cidadãos chineses no país, ainda que, agora, sejam obrigados a preencher documentação relevante para obterem um visto nos consulados das Filipinas na China.

Na semana passada, a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas suspendeu os voos para as Filipinas a partir de Wuhan, o epicentro do surto.

A China elevou hoje para 106 o número de mortos causados pelo coronavírus detetado em Wuhan, tendo sido detetados quase 1.300 novos casos, o que aumenta o balanço para mais de 4.000 infetados.

As autoridades de saúde da província central de Hubei, onde a epidemia começou, disseram que o vírus matou mais 24 pessoas e infetou 1.291, aumentando o número de pacientes confirmados para mais de 4.000 na China.

As autoridades de Pequim já tinham confirmado a primeira morte na capital chinesa de uma pessoa infetada pelo novo coronavírus (2019-nCoV), um homem de 50 anos que esteve na cidade de Wuhan, em 08 de janeiro.

Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.

As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.

As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

O Governo decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.

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