Tóquio, 11 mar (Lusa) -- O Japão pretende contribuir com cerca de 300 milhões de ienes (mais de 2,2 milhões de euros ou 2,8 milhões de dólares) para a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) se a Coreia do Norte aceitar inspecções às suas instalações nucleares.
Esta é uma das medidas que o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe pretende aplicar se a Coreia do Norte apostar efetivamente na desnuclearização, de acordo com a agência de notícias Kyodo, que cita fontes do governo japonês.
O plano está a ser estudado após o anúncio de que o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, e o Presidente dos EUA, Donald Trump, desejam encontrar-se em maio para discutir a desnuclearização do regime.
Se Pyongyang mostra sinais reais de que quer acabar com o seu programa atómico, espera-se que Tóquio desenhe um roteiro com Seul e Washington, com base em declarações adotadas nas negociações de seis partes verificadas na última década, nas quais Pequim também participou, e Moscovo, para além do regime norte-coreano.
Este roteiro deve estabelecer diretrizes para a complexa missão de verificar o estado das instalações - cuja localização física é desconhecida em vários casos - e arsenais com o objetivo final de desmontá-los.
A AIEA não teve acesso direto às instalações do regime desde que os seus últimos inspetores foram expulsos da Coreia do Norte em meados de abril de 2009.
O ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Taro Kono, deverá discutir possíveis inspeções com os enviados sul-coreanos que se encontraram com Kim Jong-Un e Donald Trump nesta semana e amanhã devem encontrar-se em Tóquio para informar o executivo japonês sobre os detalhes da sua visita histórica a Pyongyang.
O presidente norte-americano, Donald Trump defendeu sábado que as conversações com o líder norte-coreano Kim Jong-Un serão "um tremendo sucesso", elogiou a colaboração da China e criticou a inação dos seus antecessores, afirmando que "não fizeram nada".